Bico calado

• O Presidente Biden protagonizou um momento embaraçoso colocando a mão no peito durante a execução do hino nacional indiano ao dar as boas-vindas ao Primeiro-Ministro Narendra Modi na Casa Branca.

• O novo relatório da Global Project Against Hate and Extremism (GPAHE), uma organização não-governamental norte-americana, identifica o Chega como um dos 13 grupos de ódio e de extrema-direita portugueses. 

• O governo dos EUA está a tentar dividir o bloco dos BRICS e recrutar a Índia para a sua nova guerra fria contra a China. Ele não se importa com o facto de o primeiro-ministro de extrema-direita Modi estar intimamente ligado a grupos hindu-supremacistas fascistas que oprimem violentamente as minorias. Os EUA querem repetir a "diplomacia triangular" kissingeriana que utilizaram para separar a China da antiga União Soviética. Mas as circunstâncias são hoje completamente diferentes. A hegemonia económica dos EUA está em rápido declínio. Ben Norton, GE.

• Nick Johnson: "Passei um mês a viajar de carro pela Califórnia. Vi uma situação devastadora de sem-abrigo, vistas fantásticas do mar e comunidades interessantes no deserto. A Califórnia mudou muito. Para pior." Youtube (30’)

• «Um observador americano escreveu que nenhum país "inverteu tão completamente a sua posição nos assuntos internacionais sem primeiro ter passado por uma revolução interna". Não só a Austrália se retirou finalmente da Guerra do Vietname, como os ministros australianos condenaram publicamente a condução americana da guerra. O bombardeamento de Hanói por Nixon/Kissinger durante o Natal de 1972 foi considerado obra de "maníacos" e "assassinos em massa". Um ministro sénior, o Dr. Jim Cairns, descreveu a administração Nixon como "corrupta" e apelou a manifestações públicas para condenar o bombardeamento e a boicotes aos produtos americanos. Em resposta, os estivadores australianos recusaram-se a descarregar navios americanos. O próprio Whitlam avisou os Estados Unidos de que poderia levar a Indonésia e o Japão a protestar contra os bombardeamentos. A Austrália aproximou-se do Movimento dos Não-Alinhados, manifestando o seu apoio à Zona de Paz do Oceano Índico, à qual os Estados Unidos se opunham, e, mais uma vez, defendendo nas Nações Unidas as pequenas nações, bem como os direitos dos palestinianos. Os "párias" receberam o reconhecimento diplomático: China, Cuba, Coreia do Norte, Alemanha de Leste. Os franceses foram condenados por terem testado armas nucleares no Pacífico Sul e os refugiados que fugiam do golpe de Estado no Chile, inspirado por Washington, foram acolhidos na Austrália: uma ironia que Whitlam saboreou mais tarde.» John Pilger, A secret country (1989) – Vintage 1992, pp 189-190.