sexta-feira, 9 de junho de 2023

Bico calado

O estado de guerra - como o financiamento do militarismo compromete o nosso bem-estar

  • Um novo relatório do Instituto de Estudos Políticos concluiu que os EUA gastaram 1,1 biliões de dólares, 62% do orçamento discricionário, em militarismo e guerra em 2022. Mais factos do relatório: Os EUA gastaram US $ 16 em militares e guerra para cada US $ 1 gasto em diplomacia e ajuda externa humanitária. Os EUA gastaram 51,1 mil milhões de dólares em segurança interna, cerca de metade dos quais para o ICE (8,8 mil milhões de dólares) e para o CBP (17,4 mil milhões de dólares), duas agências punitivas de controlo das fronteiras que separam famílias e aterrorizam as comunidades de imigrantes.  Menos de $2 em cada $5 em despesas discricionárias federais estavam disponíveis para financiar investimentos em pessoas e comunidades, incluindo educação pública primária e secundária, programas de habitação, programas de cuidados infantis, ajuda federal em caso de catástrofe, programas ambientais e investigação científica.
  • Em 2007, a Câmara Municipal do Nordeste, S. Miguel-Açores, liderada por José Carlos Carreiro (PSD), mandou construir uma piscina de 25 metros destinada à competição, um tanque de aprendizagem, sistemas de tratamento da água e aquecimento, balneários, va lências para a prática de ginástica de manutenção, com possibilidades de um serviço de restauração e até a instalação da Biblioteca Municipal. Tudo sem um estudo prévio sobre o custo-beneficio de equipamentos cuja construção e manutenção atingem valores incomportáveis para o orçamento de uma autarquia que serve uma população de 4 937 habitantes (censos de 2011). Continua abandonada. Um elefante branco. Açoriano Oriental 23mai2023.
  • Portugal vai enviar entre 100 a 120 elementos de vários agentes da Proteção Civil para ajudar o Canadá no combate aos intensos incêndios florestais no país. DN.
  • Jornalistas pedem aos soldados ucranianos para esconderem os seus emblemas nazis, admite o NYT. TYLER DURDEN, Zero Hedge.

  • «Evatt estava a tornar-se um problema sério para os americanos. Não só se tinha oposto ao "Tratado de Amizade", como se recusava a ver os acontecimentos mundiais em termos de Guerra Fria; e, como Presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, a sua voz era ouvida para além da Austrália por aqueles que procuravam a independência nas "nações emergentes". "Temos estado preocupados com a atitude australiana de tentar, em várias questões, encontrar um meio-termo", queixou-se o representante dos EUA nas Nações Unidas, Hayden Raynor, num memorando enviado a Washington. O memorando faz parte de um conjunto de documentos governamentais desclassificados pelo Governo Whitlam na década de 1970, que revelam o grau de preocupação dos americanos com a "ameaça" de a Austrália procurar um "meio-termo". Esta preocupação tinha atingido o nível de pânico em 1948, quando Washington considerou o Governo australiano um "risco para a segurança" e começou a miná-lo: um processo que viria a ser conhecido como "desestabilização". Para Washington, o "risco para a segurança" era a influência comunista na Austrália e a "falta de vontade" do Governo australiano para lidar com esse problema. Na altura, os despachos da Embaixada dos EUA provenientes da Austrália incluíam um relatório ultra-secreto de 73 páginas que elencava os "principais comunistas e companheiros de viagem australianos". O funcionário que compilou a lista, Webster Powell, era um agente dos serviços secretos, tal como a maioria dos "adidos trabalhistas" dos EUA na Austrália ou noutros locais. Webster classificava as pessoas como "alegadamente comunistas", "com tendência comunista" ou "comunistas arrependidos". (Esta última categoria continuava a ser "suspeita".) Advertia que "é preciso ter cuidado na utilização desta lista, embora se acredite que seja razoavelmente exacta". A espionagem americana em Camberra tornou-se tão evidente que, segundo John Burton, "nunca podia enviar uma mensagem do meu gabinete para o gabinete do Dr. Evatt sem que o embaixador americano tivesse os pormenores precisos em poucos minutos... o embaixador costumava dar pequenas dicas para me dizer que sabia o que eu sabia".» John Pilger, A secret country (1989) – Vintage 1992, p 159.

Sem comentários: