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sexta-feira, 12 de maio de 2023
Bico calado
O Presidente
do México, Andrés Manuel López Obrador, enviou ao líder norte-americano Joe
Biden uma carta em que critica Washington por se intrometer nos assuntos
internos do seu país. O documento condena o financiamento que a Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) concedeu a grupos
de oposição de direita que organizaram protestos contra o governo eleito do
México, com o objetivo de o desestabilizar. A USAID é um notório braço da CIA que
tem sido utilizado para financiar grupos da oposição e tentativas de mudança de
regime em países que desafiam os interesses da política externa de Washington.
Fonte.
A Navigator
registou lucros de 72 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, um
aumento de 42% em relação a igual período de 2022. Agroportal.
Ativistas
ucranianos denunciaram, em artigo de opinião no Observador, que líder de Centro
de Estudos Russos divulgava propaganda pró-Putin e apoiava invasão à Ucrânia. A Universidade de Coimbra não hesitou em despedi-lo. Faz lembrar a delação dos bufos e Pides do tempo do Estado Novo. Processo de
averiguações para quê?
«No final dos
anos 50, os funcionários dos serviços de imigração [da Austrália] aperceberam-se de que a
preocupação com os números estava a criar uma nação de homens sem mulheres. As
comunidades do Outback, como Snowy Scheme, para onde os homens tinham sido
enviados para trabalhar em obras públicas, estavam totalmente carentes de
mulheres. Funcionários australianos foram enviados para "estimular a
imigração de mulheres adequadas com antecedentes culturais semelhantes". Um dos
resultados dos seus esforços foram os "navios noivas", cuja chegada
espetacular cobri como repórter e que nunca esquecerei. Numa manhã de Primavera
de 1959, subi ao costado do Fairsky, um navio italiano da linha Sitmar, que se
encontrava em Sydney Heads. A bordo estavam centenas de raparigas adolescentes
casadas por procuração com homens que nunca tinham conhecido ou de que mal se
lembravam da sua infância. Quando o navio atracou em Pyront, cada rapariga
tinha na mão uma fotografia do marido, o único meio de identificar o homem com
quem estava destinada a passar o resto da vida. No cais, os jovens, com os seus
melhores fatos brilhantes e sapatos bicudos, exibiam o melhor de si. Lembro-me
de uma rapariga que soluçava perante um homem pequeno, gordo e careca que nada
tinha a ver com a imagem que trazia na sua mão. Mesmo assim, entregou o seu
dote em notas de liras e partiram no comboio noturno para Narrabri. Ela não tevinha
escolha». John Pilger, A
secret country (1989) – Vintage 1992, p 114.
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