Exploração mineira em alto mar isenta das medidas do impacto ambiental
- A exploração
mineira em alto mar será isenta das medidas de avaliação do impacto ambiental (AIA)
estabelecidas ao abrigo de um tratado internacional sobre oceanos, uma lacuna
que os defensores temem poderá minar a proteção do fundo marinho. O Tratado de
Alto Mar é o primeiro acordo internacional para proteger os oceanos fora das
fronteiras nacionais. Cria um mecanismo legal para a futura designação de áreas
marinhas protegidas e estabelece novas disposições de financiamento para a
conservação marinha. O acordo, celebrado a 4 de março após quase duas décadas
de negociações, foi saudado como um "dia histórico para a
conservação" e um dos mais significativos desenvolvimentos da governança
oceânica nos últimos 40 anos. No entanto,
não se aplica diretamente a atividades já reguladas por organismos existentes. Andreas
Hansen, conselheiro da The Nature Conservancy dos EUA, afirma que foi
"menos do que ideal" que a exploração mineira em águas
internacionais, que é governada pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos
(ISA), esteja isenta do quadro de avaliação ambiental do tratado. Os defensores
temem que isto possa minar as tentativas de proteger o fundo marinho das
atividades humanas, para as quais as atuais regras de AIA não são muito
extensas. Vários operadores
já têm vindo a explorar uma área do fundo do Oceano Pacífico conhecida como a
Zona de Clarion Clipperton. Esta contém uma concentração de nódulos
polimetálicos, ricos em níquel, cobalto, cobre e manganês, que são críticos
para o fabrico de veículos elétricos. A ISA acelerou o ritmo das negociações do
seu código mineiro após o estado insular de Nauru ter desencadeado uma
disposição obscura que obrigou à aprovação até julho de 2023. O risco é que, se
a agência falhar o prazo, as empresas possam apresentar um pedido para iniciar
a exploração mineira em escala real, mesmo sem quaisquer regras em vigor. Os
impactos ambientais totais das atividades de alto mar estão ainda a ser
investigados. Mas os cientistas têm alertado para os riscos de a exploração
mineira gerar plumas de sedimentos de detritos que podem percorrer quilómetros
e poluir o oceano. Vários países, incluindo o Chile, Costa Rica, Alemanha,
Espanha e Nova Zelândia, apelaram a uma moratória ou a uma "pausa de
precaução" sobre a prática até que mais investigação tenha sido feita. Matteo Civillini, CCN.
- Na semana
passada, defensores do ambiente do Equador, Portugal, Chile, Brasil, Indonésia
e Suécia reuniram-se no Parlamento Europeu para falar sobre as injustiças
ambientais que estão a ser feitas às suas comunidades e para apelar à UE para
colocar os direitos em primeiro lugar na transição verde. Precisamos de descarbonizar, mas enquanto a
UE se esforça por encontrar matérias-primas para a transição verde, um fardo
desproporcionado está a ser colocado nas comunidades, tanto no Sul Global como
na Europa. Algumas comunidades têm pouco a beneficiar de tal transição e tudo a
perder. «O governo
português tem tentado ativamente vender depósitos minerais ao maior licitador,
promovendo os benefícios ecológicos da extração de lítio. Foi atribuído aos
projetos o estatuto de 'interesse nacional' mas todas as descrições destes
projetos foram em inglês...os estudos de impacto ambiental foram divulgados nos
meios de comunicação social mas deixaram as comunidades no escuro», explica
Catarina Scarrott, Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso. RUBY
SILK, META.n
- A nomeação de
Dame Caroline Spelman para a direção da Natural England, reguladora da
natureza, suscita acusações de favoritismo. Enquanto ministra do governo
Conservador, tentou, em 2011, vender florestas e agora é
responsável pela definição da estratégia e política, bem como supervisão a
utilização do dinheiro público na área da Natureza. Helena Horton,
The Guardian.
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