Bico calado
- O antigo
reitor do Santuário de Fátima, Luciano Guerra, referiu-se, numa entrevista ao
semanário Jornal de Leiria, aos alegados elevados salários pagos no Santuário,
afirmando que “um padre é um padre, não pode, de maneira nenhuma, comparar-se a
um administrador de uma empresa, mesmo que os leigos que o sacerdote dirige
recebam salário superior”. O ex-reitor lamentou também pela forma como
foram admitidos ou dispensados alguns funcionários no Santuário nos últimos
anos. “Houve trabalhadores que praticamente foram expulsos, a vários outros (…)
teve a instituição de pagar altas indemnizações; outros saíram e calaram-se,
com receio de retaliações. Quase de rompante foram admitidos mais de 130 novos
funcionários, numa casa que tinha 210. Houve uma série de pessoas que foram
empurradas para sair”, referiu o antigo responsável. O Mirante.
- Matilde Kimer, que tem reportado para a televisão dinamarquesa desde o
início da agressão russa em 2014, revelou que os serviços secretos ucranianos
tinham cancelado a sua licença de trabalho e só a devolveria se concordasse em
deixar a agência de espionagem controlar as suas reportagens. Robert Mackey, The Intercept.
- Ficheiros secretos desclassificados expõem verdades
inconvenientes da guerra da Bósnia. É um facto pouco conhecido mas amplamente
reconhecido que os EUA lançaram as bases para a guerra na Bósnia, sabotando um acordo de paz negociado pela Comunidade Europeia no
início de 1992. Sob os seus auspícios, o país seria uma confederação, dividida
em três regiões semi-autónomasrespeitando linhas étnicas. Embora longe de ser
perfeito, cada parte conseguiu em geral o que queria - em particular,
autogovernação - e, no mínimo, desfrutou de um resultado preferível a um
conflito generalizado. Contudo, em 28 de março de 1992, o Embaixador dos EUA na
Jugoslávia, Warren Zimmerman, encontrou-se com o Presidente bósnio Alija
Izetbegovic, um muçulmano bósnio, para alegadamente oferecer o reconhecimento de Washington à Bósnia como Estado
independente. Prometeu ainda apoio incondicional na inevitável guerra
subsequente, caso a proposta comunitária fosse rejeitada. Horas mais tarde,
Izetbegovic entrou em rota de guerra, e os combates irromperam quase
imediatamente. A experiênia diz-nos que os americanos estavam preocupados que o papel de
liderança de Bruxelas nas negociações enfraquecesse o prestígio internacional
de Washington, e ajudasse a futura União Europeia a emergir como um bloco de
poder independente após o colapso do comunismo. Embora tais preocupações fossem sem dúvida defendidas por
funcionários dos EUA, a correspondâência da UNPROFOR expõe uma agenda muito mais
profunda. Washington queria a Jugoslávia reduzida a escombros, e pretendia
submeter os sérvios, prolongando a guerra o máximo de tempo possível. KIT KLARENBERG e TOM SECKER,
The Grayzone.
- A imaginária "assembleia nacional" paralela
criada pela oposição de direita da Venezuela votou a dissolução oficial do
falso "governo interino" de Juan Guaidó, o fantoche golpista dos EUA,
retirando-o do seu posto fictício após quase 4 anos. Mayela Armas, Reuters 30dez2022.
- «(...) auxiliado por uma máquina comunicacional poderosa,
bem oleada e manipuladora, o ídolo de centenas de milhões de fanáticos
[Cristiano Ronaldo], conseguiu com relativa facilidade varrer para debaixo do
tapete episódios de grande danosidade para a sua imagem. Dos quais se destaca
uma condenação por fraude fiscal qualificada em Espanha, e uma acusação de
violação ocorrida em Las Vegas em 2009, caso que apenas sucumbiu por questões
técnicas. Ambas as situações reveladas no Football Leaks.
Resta-lhe terminar nos confins da Arábia, com um sumptuoso salário, empossado
"embaixador", figura de propaganda, de um regime totalitário
altamente repressivo dos direitos humanos, e responsável pelo bárbaro assassinato de Jamal Khashoggi. Rui Pinto.
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