A antiga candidata presidencial democrata Tulsi Gabbard reage, no programa Tucker Carlson Tonight, ao discurso do Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy no Congresso.
- "(...) Se pensarmos bem, foi uma atuação bastante atrevida. (...) Zelenskyy disfarçou bem o que, de outra forma, poderia parecer uma vigarice. As dezenas de biliões de dólares que me vão enviar não é caridade, explicou Zelenskyy. Não é um presente. Não é como os 20 dólares que deram ao sem-abrigo na Union Station esta manhã para um litro de vodka. Não, não é nada disso. Este dinheiro, disse Zelenskyy, é, cito, "um investimento". Um investimento. Então, quais são exatamente os termos deste investimento, agora que estamos a falar de finanças? Quando é que recebemos os nossos cheques de dividendos? Bem, Zelenskyy não esclareceu. Embora, a dada altura do seu discurso, ele tenha dado uma dica. Será que as dezenas de biliões de dólares que me estão a enviar sem auditoria e sem provas concretas do que estou realmente a fazer com eles, será todo esse dinheiro "suficiente", perguntou Zelenskyy. Resposta: "Nem por isso". "Nem por isso". Por outras palavras, o retorno do nosso investimento na Ucrânia será mais oportunidades para mais investimentos na Ucrânia. Dêem-me dinheiro para eu poder exigir mais dinheiro. Foi isso que Zelenskyy nos prometeu ontem à noite. (...) Zelenskyy é um jovem empreendedor bastante audacioso, com o tipo de coragem e de falta de vergonha próprio de um fala-barato que nos faz pensar "Este tipo ou vai acabar na prisão ou muito rico, e talvez ambas as coisas". E há alturas em que se pode querer atirar a um miúdo assim uns trocos só para ver para onde ele vai. Não se sabe. Mas infelizmente, esta não é uma dessas alturas. (...) Os Estados Unidos estão falidos de uma forma real, o que significa que já não podemos dar-nos ao luxo de tomar conta dos nossos cidadãos. Por exemplo, 15 milhões de americanos estão prestes a perder a sua cobertura de saúde do Medicaid. (...) VOLODYMYR ZELENSKYY: ‘Garanto-vos que os soldados ucranianos podem operar perfeitamente os tanques e aviões americanos. Obrigado tanto pelos pacotes financeiros que já nos forneceram como por aqueles que ainda possam estar dispostos a aprovar. O vosso dinheiro não é caridade. É um investimento na segurança global e na democracia com que lidamos da forma mais responsável. Estamos a cuidar do vosso dinheiro da "forma mais responsável". Acreditem na nossa palavra. Acreditem na nossa palavra. E eles aplaudem como focas. (...) Há 435 membros da Câmara dos Representantes, Republicanos e Democratas. E eles não se dão bem. Eles não concordam em nada. Não conseguem sequer aprovar um orçamento porque discordam em tudo. E no entanto, quando um líder estrangeiro aparece em calças de trabalho para lhes dizer mentiras e lhes dar ordens, todos aplaudem. Isso é um comportamento bastante estranho numa democracia, se pensarmos bem nisso. (...) olhando para o ecrã ontem à noite, não parecia realmente uma democracia, para ser honesto. (…) Mas houve alguns que não obedeceram, nomeadamente Matt Gaetz da Florida e Boebert do Colorado. E quando não se levantaram e aplaudiram, descobriram facilmente o que acontece às pessoas que não se atrevem a aplaudir. A NBC News pôs logo o "historiador" da sua casa, Michael Beschloss, a dizer isto: "Quando um membro do Congresso se recusa a aplaudir Zelenskyy, temos que saber exatamente porquê". (…) Porque não aplaudiria um homem que proibiu uma congregação cristã? Um homem que prendeu padres, invadiu mosteiros, confiscou igrejas, baniu os media da oposição, ilegalizou partidos políticos que se lhe opunham, atirou o seu principal opositor político para a prisão. Porque aplaudiria um homem como ele? Gosta de Putin? É contra a democracia? Explique-se. É isso que ele está a dizer. É o que todos eles dizem. (…) porquê toda esta histeria? (...) Será possível que quanto mais ridícula for a mentira que nos dizem, menos perguntas podemos fazer sobre ela, menos dissensões podemos tolerar porque tememos que todo o edifício se desmorone se permitirmos que uma pessoa faça uma pergunta razoável. É possível que seja isso o que está a acontecer. (…) Como pode um americano que se preze sentar-se ali quando um ditador estrangeiro aparece com o seu fato de treino no Congresso americano e começa a exigir, com aparente falta de gratidão, que lhe enviemos dezenas de biliões de dólares quando estamos a ficar sem dinheiro? Como é que podemos estar sentados e aguentar isso? E depois desfralda uma bandeira ucraniana no nosso Congresso. Como podemos aturar isso? (…) Bem, porque não somos americanos que que nos prezemos. Não temos amor-próprio. Não temos dignidade. Não nos importamos. Dizemos qualquer coisa. Diremos qualquer mentira. (...) E quando alguém do DNC ou da Casa Branca nos envia uma mensagem dizendo: "Comparem-no com Churchill", obedecemos porque não temos auto-respeito. O problema é esse. Assim, enquanto milhões de americanos não têm dinheiro para ir ao médico e não temos fronteiras seguras, os nossos líderes e os nossos media imaginam que estão muito próximos de Winston Churchill. (…)» Tucker Carlson, Fox News.
- «Estamos no final de um ano e quase no princípio de outro. Talvez faça sentido falar de princípios. Durante o ano que finda ouvi com muita frequência a afirmação de que na Ucrânia “se estão a defender os “nossos” princípios!” (...) Os princípios que estão a ser defendidos na Ucrânia são os dos plutocratas egoístas que exibem a sua riqueza na praça pública das redes de comunicação, que dominam, que compram e destroem a seu bel-prazer. Estes são os princípios de liberalismo e saque que estão a ser defendidos na Ucrânia em nome do Ocidente e agora com uma arma com o nome comercial de Patriot! São também os princípios dos demagogos e populistas que estão a corroer a estrutura das democracias liberais do Ocidente. Eles, aliás, bem se esforçam por garantir que na Ucrânia se defendem os nossos (deles) princípios, o que é verdade! Será mesmo a única verdade sobre o conflito. Os meus princípios são um assunto pessoal, mas os interesses defendidos pelos mísseis Patriot e restante parafernália, proclamados como os “nossos” pelos multimilionários que surgem do nada (de cadastro limpo) são um assunto que, queira eu ou não queira, interferem na minha vida, vão provocar alterações radicais nos direitos da sociedade a que pertenço, na limitação da minha liberdade, na perda de bens sociais, na insegurança, empobrecimento, violência no futuro dos meus sucessores. Os “monstros do capitalismo” têm toda a razão quando mandam os seus apóstolos da comunicação social afirmarem que na Ucrânia se defendem os “nossos” interesses e podiam acrescentar que também em Israel e no Kosovo. Mas os “nossos” são os “deles”. É uma grande diferença para quem não aluga misseis nem satélites nem negocia em moedas virtuais.» Carlos Matos Gomes, Os princípios, os Patriots e as Tábuas da Lei - Medium.
Sem comentários:
Enviar um comentário