sábado, 17 de dezembro de 2022

Bico calado

  • PSP de Espinho identifica professores em greve. «Ao abrigo do direito à greve, dezenas de professores do AEMGA, depois de uma concentração junto à Escola sede, deslocaram-se à Escola Básica Espinho 2, numa atitude solidária com os seus colegas, que têm sido vítimas de incompreensão por parte de alguns encarregados de educação, com reações, por vezes incorretas. Daqui, continuaram a sua caminhada tranquila até à Câmara Municipal, sempre numa atitude cívica, sem a mínima perturbação da ordem pública. Estranhamente, alguns professores foram abordados por dois agentes da PSP, que solicitaram a sua identificação, alegando que tinham de registar e participar a ocorrência. Os professores questionam qual a ocorrência que é digna de registo: o direito à greve? O direito de conversar na via pública? O direito de estar e de circular no espaço público? Numa sociedade democrática que queremos acreditar ainda subsistir, é sobejamente reconhecida a importância da segurança na proteção dos cidadãos, contudo registamos a necessidade de priorizar e não perverter a atuação das forças de segurança como aqui aconteceu. Não queremos regressar ao passado nem vivenciar o presente de alguns países não recomendados! Professores do AEMGA em Luta.» Mais pormenores e imagens aqui e aqui.

  • Os funcionários do Departamento de Segurança Pública do Texas receberam, em junho, um pedido do gabinete do Procurador-Geral da República, o republicano KenPaxtonpara se compilar uma lista de indivíduos que tivessem mudado de sexo na sua carta de condução do Texas e outros registos do departamento durante os últimos dois anos. Molly Hennessy-Fiske, The Washington Post. Em 1941, os nazis pediram à cidade de Amesterdão para fazer um mapa (imagem em cima) dos judeus na cidade. Cada ponto representava 10 judeus.

O Defesa de Espinho de 12dez1937 justificando as suas borlas.

  • «As equipas de interrogatório utilizavam métodos pouco ortodoxos para convencer os espiões nazis a mudar de lado (...). Guy Liddell, chefe da divisão B do MI5, observou nos seus diários que [Alexander] Scotland, ao interrogar um prisioneiro, costumava espancá-lo e socá-lo no queixo. Numa segunda volta, Scotland utilizava uma "seringa contendo uma droga ou outra, que se pensava induzisse o prisioneiro a falar”. No fim, Scotland devolvia o prisioneiro, Wulf Schmidt. Sob o nome de código "Tate", Schmidt atuou com sucesso como agente duplo contra os alemães. Enquanto o MI5 criava um sistema eficaz para transformar os agentes de Hitler, os seus triunfos em tempo de guerra no domínio da espionagem e contra-espionagem representaram um enorme custo para as liberdades civis, apesar das afirmações em contrário de Churchill.» Caroline Elkins, Legacy of Violence – a History of the British Empire. The Bodley Head/Penguin 2022, pp 272-273.

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