quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Bico calado

  • Lembram-se quando os media ocidentais consideravam normalíssimo bombardear cidades? Capa da TIME de setembro de 1996: ‘Pondo os sérvios de joelhos. Um bombardeamento massivo abre a porta à paz’.

  • O comércio de armas é uma ONG, uma instituição de caridade. A empresa por detrás das Land Forces, AMDA, anteriormente a Aerospace Maritime and Defence Foundation of Australia, faz parte de um grupo de empresas registadas na Australian Charities and Non-for-profit Commission que opera em todo o país. A AMDA é uma  ONG para o armamento; e apesar das suas receitas de mais de 10 milhões de dólares provenientes da venda de armas, recebeu subsídios estatais e subiu os ordenados aos seus diretores. Callum Foote, MWM.

  • «Londres prestou um extraordinário apoio de facto a Israel no que diz respeito à construção do muro ao longo da Cisjordânia. Embora o governo britânico diga repetidamente que acredita que a construção do muro é ilegal, as suas ações apontam numa direção diferente. Em outubro de 2003, a Grã-Bretanha absteve-se na votação do Conselho de Segurança da ONU, declarando ilegal a construção do muro. Questionado no parlamento sobre o motivo da sua votação, o ministro dos Negócios Estrangeiros Bill Rammell disse que a declaração "não condenou os ataques bombistas suicidas e, por conseguinte, não reconheceu as verdadeiros preocupações de segurança de Israel". O que a Grã-Bretanha queria era "um texto mais equilibrado". Depois, em finais de 2003, o governo também se absteve sobre uma proposta de resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas para obter o parecer do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) sobre a legalidade do muro. Questionada no parlamento, a ministra dos Negócios Estrangeiros Baroness Symons disse que "consideramos inapropriado tomar tal ação sem o consentimento de ambas as partes" - um extraordinário exemplo de deferência para com Israel. E no início de 2004, o Ministério dos Negócios Estrangeiros apresentou uma objeção ao TIJ que estava agendada para rever a legalidade do muro, alegando razões técnicas sobre o papel do tribunal.» Mark Curtis, Unpeople, Britains’s secret human rights abuses – Vintage 2004, p 153.

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