quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Bico calado

  • Quando alguém nos vier com a cassette de que o capitalismo cria inovação, não nos esqueçamos do apelo da secretária do Comércio dos EUA: ‘Os EUA precisam de trabalhar com a Europa para travar o ritmo de inovação chinês’. CNBC 28set2022.
  • Mais de 50 empregados pagos de empresas mundiais de armamento trabalham dentro do Ministério da Defesa do Reino Unido, o que suscita questões sobre conflitos de interesse e segurança nacional. Incluem-se nove funcionários em destacamento a longo prazo do maior fabricante de armas do Reino Unido, a BAE Systems, alguns dos quais estão integrados no departamento há anos. Lucas Amin / openDemocracy

Montagem. Autoria desconhecida.

  • EUA: Projeto de lei de financiamento governamental para incluir mais de 12 mil milhões de dólares na nova ajuda à Ucrânia. Se aprovado, o financiamento total da Ucrânia aprovado pelo Congresso ascenderá a cerca de 65 mil milhões de dólares. Tyler Olson, Fox News.

  • «Em 2003 não é a primeira vez que os decisores políticos britânicos fabricam uma ameaça para justificar uma intervenção no Iraque; acontecera o mesmo em 1961. Nessa altura, os estrategas britânicos temiam que o Kuwait, um país recentemente independente onde a Grã-Bretanha tinha grandes interesses petrolíferos, cortasse os laços com Londres. O Kuwait tinha assinado um acordo para que a Grã-Bretanha o defendesse, se solicitado, mas a solidez deste acordo era questionável. Os receios britânicos eram de que "à medida que a personalidade internacional do Kuwait crescesse, ele desejaria mostrar de várias maneiras que já não depende de nós". Por conseguinte, "devemos continuar a utilizar as oportunidades que o nosso papel protetor nos dará para assegurar, na medida do possível, que o Kuwait não perturbe materialmente os acordos financeiros existentes ou deixe de ser um bom detentor de libras esterlinas". Em junho de 1961, o líder iraquiano Abdul Qasim reivindicou publicamente que o Kuwait fazia parte do Iraque (reiterando uma reivindicação iraquiana de longa data). Funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Londres, juntamente com a embaixada britânica em Bagdade, fabricaram uma história de que o Iraque tinha ordenado que um regimento de tanques seguisse rapidamente para sul em direção ao Kuwait. Os ficheiros secretos mostram que os oficiais britânicos em Basra, perto da fronteira do Kuwait, não viram essa ameaça; o governo britânico nem sequer levou a sério a basófia de Qasim. No entanto, um emir do Kuwait aterrorizado, informado por políticos britânicos de que o Iraque estava prestes a invadi-lo, autorizou o desembarque de tropas britânicas. Um relatório do Ministério da Defesa 11 dias mais tarde admitia finalmente que era "improvável" que o Iraque alguma vez tivesse constituído uma ameaça. Mark Curtis, Unpeople, Britains’s secret human rights abuses – Vintage 2004, pp 111-112.

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