quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Bico calado

  • «(…) Se eu fosse dos que acreditam em teorias conspirativas diria que aqui há gato nas dificuldades de funcionamento simples e que não se resolvem. A ANA / VINCI quer fazer o negócio da utilização valorização dos terrenos do Aeroporto Humberto Delgado, e também o da construção de um novo aeroporto. A ANA / VINCI é dirigida por alguém que negociou a privatização da ANA do lado do Governo, e agora a preside. As várias loucuras que nos têm tentado vender sobre novo aeroporto vão de Beja a Monte Real, passando por Alcochete, Montijo, e Ota. Gastámos já muitos milhões de euros em estudos sobre estas tretas. Teriam sido melhor gastos na remodelação capaz da aerogare, e na construção do "taxi way" que acompanha a pista principal de Humberto Delgado, a 03 / 21. Um super aeroporto, com gastos em infraestruturas de acesso como novas pontes, e num crescimento demencial de um imobiliário especulativo, não corresponde ao modelo de desenvolvimento que eu cidadão português quero para a nossa terra. (…)» João Soares.
  • A maioria das organizações de verificação de factos com as quais o Facebook estabeleceu parcerias para monitorizar e regular informações sobre a Ucrânia são diretamente financiadas pelo governo dos EUA, quer através da Embaixada dos EUA, quer através da famigerada National Endowment for Democracy. Alan MacLeod, MPN.

  • Jack Kubisch morreu a 7 de maio de 2007 na Carolina do Norte. (…) Era um funcionário do Serviço de Estrangeiros do Departamento de Estado que serviu no México, França e Brasil e como embaixador na Grécia. Na altura do golpe militar de 11 de setembro de 1971 no Chile que derrubou o governo socialista democraticamente eleito de Salvador Allende, ele era secretário de Estado adjunto para os assuntos interamericanos. Na sequência do golpe, Kubisch foi muito pressionado para rebater as acusações de que os Estados Unidos tinham estado envolvidos. Ele insistiu: "Não era do nosso interesse que os militares assumissem o poder no Chile. Teria sido melhor se Allende tivesse cumprido todo o seu mandato, levando a nação e o povo chileno à completa e total ruína. Só então teria tido lugar o total descrédito do socialismo. Só então as pessoas teriam recebido a mensagem de que o socialismo não funciona. O que aconteceu confundiu esta lição'. Leiam outra vez. É uma descrição tão concisa e clara dos fundamentos ideológicos da política externa dos Estados Unidos que alguma vez se vai encontrar publicamente admitida por um alto funcionário americano. Embora baseadas numa falsidade fabricada para a ocasião - que as políticas de Allende estavam a levar o Chile à ruína, o que não era de todo o caso - as palavras de Kubisch articulam um objetivo básico da política externa norte-americana: evitar a ascensão de qualquer sociedade que possa servir como exemplo bem sucedido de uma alternativa ao modelo capitalista. Muitos países subdesenvolvidos foram terrivelmente castigados durante a Guerra Fria por Washington por terem tal aspiração; Cuba ainda o é; é melhor que essas sociedades sofram "ruína completa e total" do que alcancem o tal objetivo». William Blum, America’s deadliest export – Zed Books 2014, p 214.

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