Bico calado
- «(…) Os leitores têm razão ao criticar o comportamento do
PÚBLICO. O jornal ignorou um comunicado da AI que é categórico: as tácticas
usadas em alguns locais pelo exército ucraniano “violam o direito humanitário
internacional e põem em perigo os civis, uma vez que transformam objectos civis
em alvos militares”. Que a Rússia faça disso um aproveitamento político não
invalida os factos relatados pela AI. Resta a questão das opções editoriais do
jornal neste caso. O provedor tomou conhecimento do comunicado da AI pela
leitura de outros jornais, portugueses e estrangeiros. Para o PÚBLICO,
tratou-se de uma não-notícia, até surgirem as primeiras reacções negativas à
posição da AI. Isto é, o comunicado só ganhou existência nas páginas do jornal
quando foi contestado. Nessa altura foi promovido de não-notícia a notícia pela
negativa. (…) A invasão da Ucrânia pela Federação Russa é condenada pela
generalidade dos portugueses. Isso é uma coisa. Outra, completamente distinta,
é o PÚBLICO escamotear informações relevantes aos seus leitores, actuando como
se fosse um prolongamento da Presidência e do Exército ucranianos ou como se a
opinião pública precisasse de filtros paternalistas para formar o seu juízo
sobre o que está a acontecer nesta guerra. Na opinião do provedor, o PÚBLICO,
neste caso, feriu a sua credibilidade.» Barata-Feyo, Provedor do leitor do
Público, Dois pesos e duas medidas - Público, 20ago2022.
- «Este sábado, o Provedor do jornal Público tece duras
críticas à cobertura da guerra feita por este diário. A propósito da ausência
de qualquer artigo sobre o relatório da Amnistia Internacional que acusa a
Ucrânia de violar direitos humanos, José Manuel Barata-Feyo denunciou que,
desta forma, o jornal escamoteia informações relevantes sobre a guerra aos seus
leitores e que actua como porta-voz da presidência e exército ucranianos, algo
que põe em causa a credibilidade deste jornal. Não é por falta de opções. Esta
cobertura unilateral é uma escolha editorial que a direcção do Público decidiu
tomar em Abril quando abdicou de ser o único jornal a ter um repórter do outro
lado da guerra. Antes de eu chegar ao Donbass, em Março, havia um acordo verbal
para vender três reportagens ao Público. Só uma é que chegou a ver a luz do
dia. Logo que saiu a minha primeira história, surgiram pressões internas e
externas para que não se publicassem mais reportagens da minha autoria. Dentro
e fora da direcção do Público, incluindo jornalistas de outros meios e figuras
políticas com influência, tudo fizeram para que não houvesse uma cobertura
plural do conflito. (…)» Bruno Carvalho.
- David McBride serviu no Exército Britânico como major, e
no Exército Australiano como advogado. Entre 2014 e 2016, facultou à Australian
Broadcasting Corporation (ABC) informações sobre crimes de guerra cometidos por
soldados australianos no Afeganistão. A ABC publicou os detalhes durante 2017. Enfrenta agora 50 anos de prisão. Jerm
Warfare, ANR.
- Documentos recentemente descobertos mostram que nos anos
após a Segunda Guerra Mundial, antigos membros da Wehrmacht nazi e da Waffen-SS
formaram um exército secreto para proteger o país dos soviéticos. Klaus Wiegrefe, Der Spiegel.
- Antigo procurador-geral do México preso pelo
desaparecimento de 43 estudantes em 2014. Jesus Murillo é acusado de desaparecimento forçado,
tortura e obstrução da justiça no âmbito da investigação ao “crime patrocinado
pelo Estado” ocorrido em Iguala, Guerrero a 26 de setembro de 2014. Esquerda.
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