segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Bico calado

  • «(…) Os leitores têm razão ao criticar o comportamento do PÚBLICO. O jornal ignorou um comunicado da AI que é categórico: as tácticas usadas em alguns locais pelo exército ucraniano “violam o direito humanitário internacional e põem em perigo os civis, uma vez que transformam objectos civis em alvos militares”. Que a Rússia faça disso um aproveitamento político não invalida os factos relatados pela AI. Resta a questão das opções editoriais do jornal neste caso. O provedor tomou conhecimento do comunicado da AI pela leitura de outros jornais, portugueses e estrangeiros. Para o PÚBLICO, tratou-se de uma não-notícia, até surgirem as primeiras reacções negativas à posição da AI. Isto é, o comunicado só ganhou existência nas páginas do jornal quando foi contestado. Nessa altura foi promovido de não-notícia a notícia pela negativa. (…) A invasão da Ucrânia pela Federação Russa é condenada pela generalidade dos portugueses. Isso é uma coisa. Outra, completamente distinta, é o PÚBLICO escamotear informações relevantes aos seus leitores, actuando como se fosse um prolongamento da Presidência e do Exército ucranianos ou como se a opinião pública precisasse de filtros paternalistas para formar o seu juízo sobre o que está a acontecer nesta guerra. Na opinião do provedor, o PÚBLICO, neste caso, feriu a sua credibilidade.» Barata-Feyo, Provedor do leitor do Público, Dois pesos e duas medidas - Público, 20ago2022.
  • «Este sábado, o Provedor do jornal Público tece duras críticas à cobertura da guerra feita por este diário. A propósito da ausência de qualquer artigo sobre o relatório da Amnistia Internacional que acusa a Ucrânia de violar direitos humanos, José Manuel Barata-Feyo denunciou que, desta forma, o jornal escamoteia informações relevantes sobre a guerra aos seus leitores e que actua como porta-voz da presidência e exército ucranianos, algo que põe em causa a credibilidade deste jornal. Não é por falta de opções. Esta cobertura unilateral é uma escolha editorial que a direcção do Público decidiu tomar em Abril quando abdicou de ser o único jornal a ter um repórter do outro lado da guerra. Antes de eu chegar ao Donbass, em Março, havia um acordo verbal para vender três reportagens ao Público. Só uma é que chegou a ver a luz do dia. Logo que saiu a minha primeira história, surgiram pressões internas e externas para que não se publicassem mais reportagens da minha autoria. Dentro e fora da direcção do Público, incluindo jornalistas de outros meios e figuras políticas com influência, tudo fizeram para que não houvesse uma cobertura plural do conflito. (…)» Bruno Carvalho.
  • David McBride serviu no Exército Britânico como major, e no Exército Australiano como advogado. Entre 2014 e 2016, facultou à Australian Broadcasting Corporation (ABC) informações sobre crimes de guerra cometidos por soldados australianos no Afeganistão. A ABC publicou os detalhes durante 2017. Enfrenta agora 50 anos de prisão. Jerm Warfare, ANR.
  • Documentos recentemente descobertos mostram que nos anos após a Segunda Guerra Mundial, antigos membros da Wehrmacht nazi e da Waffen-SS formaram um exército secreto para proteger o país dos soviéticos. Klaus Wiegrefe, Der Spiegel.
  • Antigo procurador-geral do México preso pelo desaparecimento de 43 estudantes em 2014. Jesus Murillo é acusado de desaparecimento forçado, tortura e obstrução da justiça no âmbito da investigação ao “crime patrocinado pelo Estado” ocorrido em Iguala, Guerrero a 26 de setembro de 2014. Esquerda.

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