segunda-feira, 23 de maio de 2022

Bico calado

  • Os EUA não têm autoridade legal para apreender bens do banco central russo congelados devido à sua invasão da Ucrânia, disse a Secretária do Tesouro Janet Yellen. "Enquanto analisamos o problema, não seria legal agora, nos EUA, que o governo apreendesse esses bens”, disse Yellen. "Não é algo que seja legalmente permitido nos EUA". Os funcionários do Tesouro dos Estados Unidos também expressaram a sua preocupação em estabelecer precedentes e minar a confiança de outros países na posse dos seus ativos no banco central nos Estados Unidos. David Lawder, Reuters.
  • A guerra na Ucrânia só pode ser resolvida através da diplomacia, disse o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no sábado. AFP/Yahoo News. Descobriu a pólvora.
  • Anthony Albanese, o recém eleito primeiro ministro da Austrália, venceu o adversário, o ex-primeiro ministro que foi de férias com o país a arder e se maribou para o combate às alterações climáticas. John Pilger espera pouco ou nada dele porque, segundo ele, a Austrália não deixou de ser o 51º estado dos EUA e este novo primeiro ministro está inquieto por uma guerra com a China. De facto, o estilo dele no momento davitória não esconde o seu feito quando grita ao microfone: ‘Baixa, baixa, ordem. Eu quero dirigir um governo bem comportado e isso começa aqui, portanto, portem-se bem.’
  • «O padrão das viagens foi mudando ao longo do tempo. No caso de Portugal, de início, todos os navios saíam de Lisboa ou do Algarve, recolhiam escravos em África e retornavam aos portos portugueses, onde os cativos eram redistribuídos para diferentes destinos, nas ilhas Atânticas – como Madeira e Cabo Verde – ou mesmo na Europa. Aos poucos, no entanto, o negócio foi-se transferindo para o Brasil. A partir do século XVIII, nove em cada dez expedições negreiras eram organizadas no Brasil. Uma série histórica de viagens de navios negreiros atracados em Luanda entre 1736 e 1770 mostra que 41% saíam do Rio de Janeiro, 22% de Pernambuco, 22% da Bahia e só 15% de Portugal. Ou seja, nessa altura, os brasileiros tinham domínio quase absoluto sobre o negócio de escravos. O Rio de Janeiro, principal centro organizador dessas viagens, respondeu sozinho pelo transporte de 1,5 milhão de escravos, seguido de Salvador, com 1,4 milhão, e Liverpool, na Inglaterra, com 1,3 milhão. O domínio brasileiro sobre o tráfico era tão grande, que o novo arcebispado da Bahia, criado em 1676, tinha jurisdição não só sobre as dioceses de Olinda e do Rio de Janeiro como também sobre os bispados de Congo, Angola e São Tomé, englobando a Costa da Mina. Ou seja, justamente as regiões frequentadas pelos traficantes brasileiros de escravos.» Laurentino Gomes, Escravidão – Porto Editora 2021, pp 193-194

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