Bico calado
- Os EUA não têm autoridade legal para apreender bens do
banco central russo congelados devido à sua invasão da Ucrânia, disse a Secretária
do Tesouro Janet Yellen. "Enquanto analisamos o problema, não seria legal
agora, nos EUA, que o governo apreendesse esses bens”, disse Yellen. "Não
é algo que seja legalmente permitido nos EUA". Os funcionários do Tesouro
dos Estados Unidos também expressaram a sua preocupação em estabelecer
precedentes e minar a confiança de outros países na posse dos seus ativos no banco
central nos Estados Unidos. David Lawder, Reuters.
- A guerra na Ucrânia só pode ser resolvida através da diplomacia,
disse o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no sábado. AFP/Yahoo News. Descobriu a pólvora.
- Anthony Albanese, o recém eleito primeiro ministro da
Austrália, venceu o adversário, o ex-primeiro ministro que foi de férias com o
país a arder e se maribou para o combate às alterações climáticas. John Pilger espera pouco ou nada dele porque, segundo ele, a
Austrália não deixou de ser o 51º estado dos EUA e este novo primeiro ministro
está inquieto por uma guerra com a China. De facto, o estilo dele no momento davitória não esconde o seu feito quando grita ao microfone: ‘Baixa, baixa,
ordem. Eu quero dirigir um governo bem comportado e isso começa aqui, portanto,
portem-se bem.’
- «O padrão das viagens foi mudando ao longo do tempo. No
caso de Portugal, de início, todos os navios saíam de Lisboa ou do Algarve, recolhiam
escravos em África e retornavam aos portos portugueses, onde os cativos eram
redistribuídos para diferentes destinos, nas ilhas Atânticas – como Madeira e
Cabo Verde – ou mesmo na Europa. Aos poucos, no entanto, o negócio foi-se
transferindo para o Brasil. A partir do século XVIII, nove em cada dez
expedições negreiras eram organizadas no Brasil. Uma série histórica de viagens
de navios negreiros atracados em Luanda entre 1736 e 1770 mostra que 41% saíam
do Rio de Janeiro, 22% de Pernambuco, 22% da Bahia e só 15% de Portugal. Ou seja,
nessa altura, os brasileiros tinham domínio quase absoluto sobre o negócio de
escravos. O Rio de Janeiro, principal centro organizador dessas viagens, respondeu
sozinho pelo transporte de 1,5 milhão de escravos, seguido de Salvador, com 1,4
milhão, e Liverpool, na Inglaterra, com 1,3 milhão. O domínio brasileiro sobre
o tráfico era tão grande, que o novo arcebispado da Bahia, criado em 1676,
tinha jurisdição não só sobre as dioceses de Olinda e do Rio de Janeiro como
também sobre os bispados de Congo, Angola e São Tomé, englobando a Costa da
Mina. Ou seja, justamente as regiões frequentadas pelos traficantes brasileiros
de escravos.» Laurentino Gomes, Escravidão – Porto Editora 2021, pp
193-194
Sem comentários:
Enviar um comentário