terça-feira, 5 de abril de 2022

Bico calado

  • «Esta manhã, um amigo publicou um vídeo de Bucha, uma cidade perto de Kiev, com a seguinte mensagem “assassinatos em massa de civis por russos”. (Ver aqui). Não lhe perguntei como é que, nesse vídeo, todos os corpos estavam deitados na estrada e à beira da estrada, e não em casas ou sob os seus escombros. Bastaria essa simples pergunta para desmascarar aquela grotesca encenação. (…) a verdade é que as tropas russas deixaram Bucha como parte de uma manobra de reagrupamento, alguns dias antes de serem descobertas as “vítimas da ocupação”. As Forças Armadas da Ucrânia não se deram conta disso imediatamente e durante quase três dias bombardearam intensamente aquela pequena cidade com artilharia, sob a qual esses civis poderiam ter sido abatidos, mas nunca naqueles locais e naquele formato. (…) o estado desses corpos sugere que eles foram mortos muito recentemente (menos de 24 horas), ou seja, ontem, o mais tardar. Ora, os cadáveres depois de vários dias deitados na rua ficam com um aspecto muito diferente da imagem que é apresentada, (e eu sei porque infelizmente já tive de observar outras situações idênticas) e os russos há mais de três dias que deixaram aquele local.  (…) Estas alegações, através de um vídeo e fotos muito publicitadas nas redes sociais, são mais uma produção vil, pensada para agitar as emoções de pessoas que nunca viram guerra ou cadáveres e, sobretudo, para retirar da atenção do público os mais que evidentes crimes dos extremistas ucranianos que começavam a ser impossíveis de esconder. (…) Estou quase certo que uma posterior análise ainda vai acabar por revelar que são civis russos acusados de colaboracionismo ou PGs russos vestidos à civil, trazidos das prisões dos extremistas ucranianos, pois alguns ainda têm a braçadeira branca indicadora de serem pró-russos. (…)» Major-General Raúl Cunha, Desinformação e perfídia, é o que temos na comunicação social.
  • «Fernanda Câncio acha que o Público devia explicar que o trabalho que o Bruno Carvalho está a fazer no Donbass, de quem o Público publicou um artigo, devia vir acompanhado de uma explicação por, supostamente, o Bruno ser “pró-russo”. (…) Para Câncio, jornalismo é dizer o mesmo que todos os outros dizem, ou não é jornalismo. (…) Para Câncio, tudo o que seja questionar o discurso oficial é propaganda do outro lado. Foi assim quando apoiou as invasões do Iraque e Afeganistão, que ela ainda estava “para ver” (…). Jornalismo é quando pertences a uma elite que vive em Lisboa e frequenta os mesmos meios que todos os outros, para depois dizer o mesmo que todos os outros. (…)» RICARDO M SANTOS, As hienas que vivem na estrumeira do seu pensamento - Manifesto74.
  • Moscovo terá faturado mais dinheiro com as exportações de energia, porque os países europeus cancelaram contratos a longo prazo (a um baixo custo fixo abaixo do preço de mercado) e, em vez disso, compraram energia no mercado à vista (por preços muito mais elevados). Bloomberg. A Hungria estava a pagar pelo gás russo cinco vezes mais barato do que o preço de mercado graças aos seus contratos a longo prazo, enquanto outros países europeus estavam a comprar gás caro no mercado à vista. Via Benjamin Norton.
  • Sasha, 66 anos, vive em Portugal há 30, tem dupla nacionalidade e faz parte do coro de um teatro em Lisboa. Há dias bloquearam-lhe a conta no BPI. Vítima do rolo compressor da atual paranoia anti-Rússia e anti-russos, queixou-se. As autoridades competentes arrastam os pés no apuramento de responsabilidades. Mal educadas, não lhe pediram desculpas. Hugo Franco, Expresso 1abr2022.
  • A China foi identificada como a ameaça número um que os EUA enfrentam na nova Estratégia de Defesa Nacional (NDS) do Pentágono.
  • Uma semana após a administração bush ter lançado a sua Guerra ao Terror, Woodward perguntou a Cheney quanto tempo iria durar. Cheney respondeu: "Pode nunca acabar. Pelo menos, não durante a nossa vida". O sonho erótico do empreiteiro de armas tinha-se materializado. O orçamento do Pentágono, em 2001, era de $287B. Agora é de $773B. Jeffrey St. Clair, CounterPunch.

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