- «O que a guerra na Ucrânia nos ensinou, a nós palestinianos: combatemos os nossos opressores, e chamam-nos terroristas. Os ucranianos fazem o mesmo, e são aplaudidos pela sua coragem.» Mohammed Rafik Mhawesh, Aljazeera.
- «(…) Esta guerra estava a ser preparada há muito tempo tanto pela Rússia como pelos EUA. No caso da Rússia, é notória a acumulação de imensas reservas de ouro nos últimos anos e a prioridade dada à parceria estratégica com a China, nomeadamente no plano financeiro, com vista à fusão bancária e à criação de uma nova moeda internacional, e no plano de trocas comerciais onde são enormes as possibilidades de expansão com a nova Rota da Seda, conhecida como Belt and Road Iniciative, por toda a Eurásia. (…) A Rand Corporation, conhecida organização de estudos estratégicos, publicou em 2019 um relatório elaborado a pedido do Pentágono, intitulado Extending Russia. Nele se analisa como provocar países de modo a que a provocação possa ser explorada pelos EUA. * (…) A estratégia do parceiro menor exige que se aprofunde a dependência europeia, não só no plano militar (já garantido pela NATO) mas também no plano económico, nomeadamente no plano energético. A política externa (e a democracia) dos EUA é dominada por três oligarquias (não há apenas oligarcas na Rússia e na Ucrânia): o complexo militar-industrial; o complexo do gás, petróleo e mineração; e o complexo bancário-imobiliário. Estes complexos têm lucros fabulosos graças às chamadas rendas de monopólio, situações privilegiadas de mercado que lhes permitam inflacionar os preços. Os seus objectivos são manter o mundo em guerra e criar maior dependência dos fornecimentos norte-americanos, sobretudo de armas. A dependência energética da Europa em relação à Rússia era algo inaceitável. Do ponto de vista da Europa, não se tratava de dependência, tratava-se de racionalidade económica e de diversidade de parceiros. Com a invasão da Ucrânia e as sanções, tudo se consumou como previsto, e a imediata valorização das cotações das acções dos três complexos tinham o champanhe à sua espera. Uma Europa medíocre, ignorante e sem visão estratégica cai desamparada nas mãos destes complexos, que agora lhe vão falar dos preços a cobrar. (…)» Boaventura Sousa Santos, Para uma autocrítica da Europa, Público 10mar2022.
* «Medidas económicas: boicotar as exportações de
petróleo, boicotar as exportações de gás natural e dificultar os aumentos de gasodutos,
impor sanções, estimular a fuga de célebros russos; Medidas Geopolíticas:
fornecer ajuda letal à Ucrânia, aumentar o apoio aos rebeldes sírios, promover
um golpe de estado na Moldávia, explorer tensões no Sul do Cáucaso, reduzir a
Influência Russa na Ásia Central, desafiar a presença russa na Moldávia;
Medidas ideológicas: denunciar a corrupção no sistema eleitoral russo, diminuir
a percepção de que o regime persegue o interesse público, incentivar protestos
internos e outras resistências não violentas, minar a posição da Rússia a nível
internacional; Medidas Aéreas e Espaciais: aumentar a investigação e
desenvolvimento aeroespacial, desenvolver aviões de baixa observação, desenvolver
aeronaves autónomas, desenvolver mísseis de cruzeiro de longo alcance, desenvolver
armas espaciais, desenvolver aviões espaciais, aumentar componentes de ar e
mísseis da tríade nuclear, romper com os acordos de controlo de armas nucleares.
Medidas terrestres e Multidomínios: aumentar as forças terrestres dos EUA e da
NATO na Europa, destacar grandes forças da NATO nas fronteiras da Rússia, aumentar
os exercícios da NATO na Europa, introduzir melhorias na luta contra forças
terrestres ou incêndios, investir em forças terrestres revolucionárias, não
tripuladas, investir em armas baseadas em "novos princípios físicos"
(e. g., armas de defesa antiaérea de energia direcionada)»
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