terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Reflexão: «O plano de taxonomia da Comissão Europeia é uma licença para fazer greenwashing»

O ministério da Transição Ecológica de Espanha considera que admitir que as centrais nucleares e a gás natural estão incluídas na taxonomia verde europeia “seria um passo atrás”. O documento da Comissão Europeia também provocou críticas da Alemanha, da Áustria e do Luxemburgo.

A Alemanha, a Áustria e o Luxemburgo criticaram os planos de Bruxelas para classificar a energia nuclear como uma tecnologia sustentável no sistema de rotulagem da UE para o investimento verde. O ministro alemão da Economia, Robert Habeck, membro do Partido Verde da coligação governamental do país, afirmou: "É questionável se esta "lavagem verde" encontrará sequer aceitação no mercado financeiro".

Leonore Gewessler, ministra austríaca para o clima e energia, disse que Viena ponderava processar a Comissão Europeia se a classificação da energia nuclear como verde fosse para a frente. Claude Turmes, ministro luxemburguês da Energia, considerou provocatória a inclusão da energia nuclear.  A inclusão da energia nuclear é amplamente vista como uma vitória do governo francês que instou Bruxelas a garantir que as novas regras não punam uma tecnologia que fornece quase dois terços da electricidade francesa.

O plano de taxonomia da Comissão Europeia é "uma licença para fazer greenwashing", diz a Unidade Europeia do Greenpeace A energia nuclear gera resíduos altamente radioativos, e ainda não foi encontrada uma solução comercialmente viável a longo prazo. O gás fóssil é já a principal fonte de emissões de gases com efeito de estufa provenientes da produção de energia na Europa. Encorajar investimentos em gás fóssil dando-lhe um rótulo verde só irá exacerbar o seu impacto climático devastador. Em ambos os casos, as energias renováveis são mais baratas e mais rápidas de utilizar, o que significa que enviar o sinal errado aos investidores privados poderia perturbar a transição energética para energias 100% renováveis e atrasar o progresso da UE nos seus compromissos climáticos.

Fontes: El DiárioFinancial Times e Greenpeace.

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