segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Bico calado

  • «(…) Foi a chantagem articulada por primeiro-ministro e Presidente que nos trouxe a crise política. Crise que o Presidente em 2020 obstaculizou e agora permitiu, satisfazendo uma pretensão do chefe do Governo que vinha desde 2019. (…) Costa, ao recusar em 2019 um acordo escrito com o Bloco, trocou a chamada “geringonça” pela governação de quem tem, não tendo, uma maioria absoluta. (…) Governo em funções pode e deve, mesmo sem aprovação do OE, proceder aos aumentos e atualizações anunciados para cada um destes casos. Sendo que a subida de 0,9% nos salários da função pública (com uma desvalorização real dos salários cerca de 10% provocada por uma década de congelamento) ou de dez euros nas pensões mais baixas surge como uma esmola absolutamente insuficiente, que será aliás engolida pela inflação prevista para 2022.(…)» Fernando Rosas, O tempo dos oráculos - Público 4nov2021.
  • Os Estados Unidos decidiram ontem incluir a empresa israelita NSO, do programa de espionagem Pegasus, numa lista negra de comércio, dizendo que a empresa tem tido acções “contrárias à política externa e ao interesse nacional dos EUA”. Maria joão Guimarães, Público 4nov2021.
  • «O Provedor Cívico da União Europeia (Ombudsman), cargo desempenhado pela irlandesa Emily O'Reilly, pretendeu conhecer o conteúdo das mensagens trocadas entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o director executivo da Pfizer, Albert Bourla, das quais resultou o quase monopólio desse império da indústria farmacêutica na venda de vacinas da Covid-19 à União Europeia. A Comissão Europeia respondeu que esses registos já não existem porque foram considerados documentos de «vida curta». (…) O'Reilly reagiu com um tweet que não deixa margem para dúvidas quanto à gravidade com que encara a situação: ‘No seguimento de uma queixa abrimos um inquérito à recusa da Comissão Europeia em permitir o acesso às mensagens de texto entre Von der Leyen e um CEO de uma multinacional sobre um contrato de vacinas da Covid-19.’ (…) Ursula Von der Leyen já tem antecedentes quanto a comportamentos de falta de transparência e de habilidades – ainda que primárias e facilmente denunciáveis – para cultivar esse tipo de comportamento. Na altura em que desempenhava o cargo de ministra da Defesa da Alemanha, um telemóvel tornou-se a peça-chave para investigar o escândalo de um contrato suspeito relacionado com fornecimentos de armas ao ministério. Quando o telemóvel finalmente apareceu nas mãos dos investigadores já estava limpo, absolutamente vazio de conteúdo. Digamos que, tal como agora aconteceu, os registos foram de ‘vida curta’. (…)» José Goulão, Os registos perdidos de Ursula Von Der Leyen - O lado oculto.

Sem comentários: