Um novo relatório afirma que as companhias de petróleo e gás estão a utilizar a promessa de hidrogénio "com baixo teor de carbono" como tática para adiar indefinidamente a transição climática.
Segundo a Earthjustice, as afirmações das empresas de
combustíveis fósseis de que o chamado hidrogénio "azul" derivado do
gás fóssil utilizando vapor a altas temperaturas, com as emissões de carbono
capturadas por equipamentos especiais - pode oferecer uma forma rápida e eficaz
de descarbonizar os sistemas energéticos do mundo não resistem ao escrutínio.
O relatório diz que não foi provada a viabilidade da
remoção do dióxido de carbono do processo em grande escala e com uma boa
relação custo-eficácia e que a pressão do lóbi do petróleo e do gás para apoiar
a produção de hidrogénio poderia fazer com que os governos desvalorizassem a
via mais barata e mais eficaz para descarbonizar o sector energético: a
eletrificação.
Para que o hidrogénio seja uma solução climática, argumenta a Earthjustice, os governos deveriam concentrar-se em apoiar o desenvolvimento do hidrogénio "verde", que utiliza energia renovável para separar o hidrogénio da água. Mas a indústria do hidrogénio verde está ainda na sua infância, produzindo apenas uma pequena fracção do hidrogénio necessário para a indústria e outras utilizações. Além disso, a produção de hidrogénio verde requer muita eletricidade para alimentar o processo de electrólise - eletricidade que de outra forma poderia ser utilizada para alimentar diretamente as casas, os transportes e a indústria. Por isso, a Earthjustice recomenda o emprego do hidrogénio verde apenas para aplicações limitadas.
O relatório da Earthjustice centra-se na forma como as
companhias de petróleo e gás estabeleceram grupos de pressão nos EUA para promover
o hidrogénio proveniente de combustíveis fósseis, sublinhando que esses grupos
têm estado ativos na Europa desde há algum tempo. A investigação demonstrou que
esses lóbis gastaram 60 milhões de euros a tentar influenciar a Comissão
Europeia a apoiar o hidrogénio azul - e que esses esforços têm sido
parcialmente bem sucedidos.
David Vetter, Forbes.
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