Bico calado
- Comentadores britânicos demonizaram os pais por
protestarem contra a utilização de um desenho animado do Profeta Maomé na
escola. Agora que um inquérito independente deu razão aos pais, os media estão
calados. John Holmwood e Peter Oborne, MEE.
- Givara Budeiri, jornalista da Al-Jazeera, que cobria
protestos de palestinianos no bairro de Sheikh Jarrah, foi detida pela polícia
israelita. No domingo foram presos activistas da campanha #SaveSheikhJarrah.
AbrilAbril.
- «(…) o consumo de coca não nasceu com os Espanhóis, já
existia no tempo dos Incas. A coca distribuía-se, no entanto, com moderação; o
governo inca monopolizava-a e só permitia o seu uso para fins rituais ou para o
duro trabalho nas minas. Os Espanhóis estimularam enormemente o consumo de
coca. Era o negócio magnífico. No século 16, em Potosí, gastava-se tanta roupa
europeia para os opressores como em coca para os oprimidos. 400 mercadores
espanhóis viviam em Cuzco do comércio de coca; nas minas de prata de Potosí
entravam anualmente 100 mil cestos, com 1 milhão de quilos de folhas de coca. A
Igreja cobrava impostos à droga. O inca Garcilaso de La Vega diz-nos, nos seus
‘comentários reais’, que a maior parte da renda do bispo, dos cónegos e dos
restantes ministros da igreja de Cuzco provinha do dízimo sobre a coca, e que o
transporte e a venda deste produto enriqueciam muitos espanhóis. Com as poucos
moedas que obtinham em troca do seu trabalho, os Índios compravam folhas de
coca em vez de comida: mastigando-as, conseguiam suportar melhor (…) as tarefas
mortais impostas.» Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina
(1971) – Antígona 2017.
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