Com três quartos do oeste dos EUA vítima de seca crónica,
vários estados estão cada vez mais a defender uma intervenção drástica - a
modificação do tempo para estimular mais chuvas.
Oito estados advogam a tecnologia da sementeira de nuvens,
que envolve a utilização de aviões ou drones para injetar nas nuvens pequenas
partículas de iodeto de prata, que têm uma estrutura semelhante ao gelo.
As experiências de sementeira de nuvens ocorrem desde os
anos 40, mas até há pouco tempo havia poucas certezas de que o método tivesse
qualquer impacto positivo. Mas investigações recentes conseguiram identificar a
queda de neve que "inequivocamente" veio da sementeira de nuvens. Peritos
na matéria salientam que a sementeira de nuvens não é uma panaceia, dado que
não resolve as causas sistémicas da seca e pode ser difícil de implementar -
apenas certas nuvens em certas condições meteorológicas podem ser semeadas e
não há garantias de que isso irá acabar com uma seca mesmo que bem sucedida.
"Penso que a sementeira de nuvens não vai resolver o problema, mas pode ajudar", disse Katja Friedrich, uma investigadora da Universidade do Colorado que estudou a questão. "Precisa de fazer parte de um plano hídrico mais amplo que envolva a conservação eficiente da água, não podemos concentrar-nos apenas numa coisa. Também há a questão de saber se seremos capazes de fazer isso num clima em mudança - precisamos de temperaturas frias e uma vez que se torna demasiado quente, não somos capazes de fazer a sementeira de nuvens".
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