quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Reflexão - O que escondem as 10 maiores empresas de fraturação hidráulica da Columbia Britânica?

Eis as 10 principais empresas de fraturação hidráulica da Columbia Britânica (CB), os seus subsídios, lucros e impostos. Industrializam terras agrícolas, bombeiam emissões de gases do efeito estufa, contaminam a água constantemente, beneficiam de milhões em subsídios financiados pelo contribuinte e pagam muito menos impostos do que no passado, quando começou o negócio.

Um relatório recente cita as dez principais empresas de fraturação hidráulica  da CB, mostrando como conseguem negócios chorudos do governo provincial por meio de subsídios lucrativos aos combustíveis fósseis que geralmente valem mais do que as empresas pagam em impostos e royalties.

“Essas empresas são as que estão fazendo com que não cumpramos as nossas metas climáticas na CB”, diz o autor do relatório Peter McCartney, ativista climático da Wilderness Committee. “São empresas específicas e acho que é bom para o público saber quem está fazendo isso e de quem é a culpa quando o governo provincial vem dizer diz que estamos 28 a 44% de cumprir as nossas metas climáticas.”

As empresas de fraturação hidráulica só podem operar com enormes ofertas públicas do governo”, diz McCartney.

Os créditos de perfuração de poços profundos foram introduzidos quando a fraturação hidráulica - uma técnica que envolve explodir uma mistura de água, produtos químicos e areia num furo para separar formações rochosas e libertar depósitos de gás anteriormente inacessíveis - era uma tecnologia relativamente nova e cara. Mas os créditos mantiveram-se depois de a fratauração hidráulica ter-se generalizado e tornado mais barata. 

Dependendo da profundidade de um furo, uma empresa pode receber um desconto entre US $ 440.000 a US $ 2,8 milhões nos seus pagamentos de royalties à província, para além de 6 outros subsídios provinciais, incluindo isenções de impostos sobre carbono. A LNG Canada, - um consórcio de algumas das maiores e mais lucrativas multinacionais do mundo - Royal Dutch Shell, Mitsubishi Corp., Petronas, PetroChina Co. e Korean Gas Corp. -, recebeu mais de US $ 5,3 mil milhões em subsídios do governo provincial, incluindo isenções fiscais, tarifas de eletricidade mais baratas e uma isenção de aumentos de impostos sobre o carbono.

Um relatório de 2018 revelou que o Canadá fornece mais apoio governamental a empresas de petróleo e gás do que qualquer outra nação do G7 e está entre os menos transparentes sobre os subsídios aos combustíveis fósseis. Em setembro de 2020, um relatório da Stand.earth descobriu que o governo da CB duplicou os subsídios aos combustíveis fósseis num período de dois anos, para US $ 1 mil milhões.

“O governo da Colúmbia Britânica, eleito para combater a crise climática, continua a apoiar a indústria de combustíveis fósseis, usando dólares de impostos para encher os cofres das empresas de fraturação hidráulica”, afirmou Julia Levin, diretora do programa de clima e energia do grupo Environmental Defence. A maior parte desses subsídios destinou-se à expansão do setor de fraturação hidráulica da província - um setor que não seria lucrativo sem a ajuda do governo”, acrescenta. Segundo ela, os subsídios são muitas vezes justificados pelos políticos com o qrgumento de que as royalties vão gerar mais receita pública, mas a BC gasta o dobro em incentivos fiscais e subsídios diretos para empresas de fraturação hidráulica e GNL do que no plano de combate à crise climática. As receitas em royalties caíram de mais de US $ 1 mil milhões por ano há 10 anos para menos de US $ 200 milhões, embora a produção total de gás da CB tenha aumentado m mais de 60%.

O gás natural fraturado na CB é composto principalmente por metano, um potente gás de efeito estufa com potencial de aquecimento do clima 25 vezes maior do que o dióxido de carbono numa escala de tempo de 100 anos. Um relatório de julho de 2020 do cientista David Hughes concluiu que as emissões do setor de petróleo e gás da CB excederão a meta de redução de emissões da província para 2050 em 54%, mesmo sem as emissões das exportações de GNL.

O relatório também refere as coimas aplicadas a estas empresas por violações repetidas de lgislação ambiental.

Sarah Cox, The Narwhal.

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