“Não podemos contar com a boa vontade de empresas que destruíram a natureza no passado e agora a protegam” afirma Sandrine Feyde, jornalista da France3, especializada em Economia e Ecologia, diretora do documentário de média metragem Plastic Oceans. Com Denis Delestrac, realizador de Sand Wars, realizou Banking Nature, documentário que investiga a comercialização da natureza.
Banking Nature aborda temas como mercados de biodiversidade, consumo excessivo, crescimento capitalista excessivo ou especulação. No entanto, o tema mais poderoso é o greenwashing de grandes empresas, que em campanhas mediáticas bem organizadas mostram uma aparente sensibilidade sustentável para com o consumidor.
Uma estratégia que está muito presente hoje na Europa é baseada no comércio de emissões de carbono, onde o empresário se permite poluir mais porque paga para que uma floresta seja plantada noutra lugar do mundo para compensar essas emissões.
Há enormes perigos nas apostas que os bancos fazem. Nos negócios tradicionais, quando alguém não consegue pagar ou entra em falência, há sempre alguém que vence e compra. Mas aqui as perdas são muito maiores porque quando falamos de vida, estamos a tocar numa questão fundamental. Especular sobre a vida de um animal, uma floresta ou um recife de coral já é brincar com o fogo, e podemos queimar-nos a sério. Não será como em 2008, quando os que especularam queimaram os dedos, agora o planeta pode queimar.
Samuel Regueira, Climatica.
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