quinta-feira, 23 de julho de 2020

Reflexão – É você que descarta máscaras e luvas a torto e a direito?


«Plásticos como o propileno e elastômeros como o látex fazem parte da composição desses materiais de proteção. Quando descartados, geram impactos ambientais típicos dos plásticos, apresentando inclusive o mesmo tempo de decomposição que varia entre 300 a 400 anos. Esse hábito agrava ainda mais a questão da contaminação do meio ambiente, além de apresentar sérios riscos à saúde pública. Quando os materiais de proteção chegam em locais inadequados, como as ruas das cidades, podem causar vários problemas, dos quais destacaremos três.

O primeiro deles, mais imediato, é a criação de novos focos de transmissão da doença, considerando o alto poder de disseminação do novo coronavírus e a contaminação dos materiais de proteção. O segundo problema está relacionado à chegada de luvas e máscaras em recursos hídricos, o que pode afetar a qualidade da água, impactar nos sistemas de tratamento e, além disso podem ser confundidos com alimentos e ingeridos pelos organismos aquáticos. O terceiro problema do descarte incorreto está na questão dos microplásticos. Quando materiais como o propileno chegam ao ambiente iniciam o processo de fragmentação, a primeira etapa da decomposição. Nesse processo as condições ambientais resultam na quebra do plástico em micropartículas que podem se acumular em organismos aquáticos. A preocupação neste caso, reside no fato de que nós seres humanos consumimos organismos aquáticos e há indícios científicos de que potencialmente estamos mais susceptíveis ao desenvolvimento da obesidade, infertilidade e até câncer ao ingerir os microplásticos na alimentação.

Considerando esse cenário preocupante, precisamos mais uma vez falar a respeito da nossa responsabilidade ao descartar esses materiais. As consequências pela atual falta de cuidado podem futuramente comprometer a nossa saúde e a qualidade de vida. As melhores formas de minimizar esses impactos ambientais, para aqueles que não trabalham em serviços de saúde são a preferência pelas máscaras de tecido, que podem ser reaproveitadas, e optar pela higienização das mãos ao uso de luvas, pois são mais adequadas àqueles que necessitam lidar diretamente com os acometidos pela COVID-19.» 
Augusto Lima da Silveira, EcoDebate.

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