segunda-feira, 13 de julho de 2020

Moçambique: aposta no gás em Cabo Delgado é uma maldição?

  • Das dezenas de milhões de peixes capturados mundialmente todos os anos, cerca de 10% são descartados no mar. Muitos animais alimentam-se destes rejeitos - um comportamento que preocupa os biólogos. Por exemplo, no Mar do Norte, onde os navios de pesca descartam resíduos de peixe impunemente, as populações de aves marinhas estão a aumentar de maneira insustentável, diz Daniel Oro, biólogo do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha. A Islândia, em 1984, tornou-se um dos primeiros países europeus a proibir o descarte de resíduos de peixe no mar. A União Europeia só adotou medida semelhante em 2015. A proibição começou com a pesca do bacalhau, reduzindo as capturas acessórias de bacalhau de tamanho menor para aumentar os estoques em declínio, e desde então expandiu-se para a maioria das outras espécies. Os pescadores islandeses adotaram redes de malha especiais que permitem os peixes pequenos escaparem. As inspeções e a vigilância reduziram ainda mais a quantidade de devoluções ao mar. Jenny Howard, na Hakai Magazine.
  • União Europeia mobiliza mais 15 ME para combate a praga de gafanhotos do deserto em África, titula a Visão.
  • A aposta do gás em Cabo Delgado, Moçambique, parece uma maldição, escrevem Leigh Elston e and Megan Darby na Climate Home News. O projeto de 16 mil milhões de dólares da Total iria teoricamente melhorar as condições de vida das populações locais, até porque conta com apoios de peso como o Banco Mundial, o FMI, o Reino Unido e o Japão. Porém, as promessas de empregos e de desenvolvimento das infraestruturas públicas e privadas não passaram do papel, enquanto milhares de famílias foram deslocalizadas e escasso apoio foi-lhes dado. E como se isso não bastasse, a partir de outubro de 2017, um conflito islâmico já provocou a morte de 600 civis.  

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