terça-feira, 26 de maio de 2020

Reflexão – Cisões no movimento ambientalista português


«(…) Tudo começou há 47 anos com a tentativa de criação do “Clube dos Amigos da Natureza”, numa reunião no Café D. Pedro, em 12 de Outubro de 1973.
Tentativa que ficaria pelo caminho por inexistência, à época, de liberdade de associação e pelo súbito 25 de Abril de 1974.
Reposta que foi a liberdade de associação, em Agosto de 1974 um grupo de interessados nas questões da natureza (então não se usava o termo “ambientalistas”) viria a formar a primeira associação de conservação da Natureza do Porto, o NPEPVS (Núcleo Português de Estudo e Proteção da Vida Selvagem).
O NPEPVS teve grande visibilidade nas décadas de 70 a 90, e atingiu mais de 1.600 sócios.
Mas logo em 1983 haveria de ser provocada uma cisão nesta associação que motivou a demissão da Direção em 24/10/1985 e que precipitou o fim do NPEPVS que, contudo, se foi aguentando (moribundo) até hoje.
Dessa cisão nasceu em Braga, em finais de 1984, a Quercus, que viria a ter sede no Porto e, mais tarde, em Lisboa.
Mas também a Quercus (ainda antes de mudar a sede do Porto para Lisboa) entra num processo de cisão que levou alguns dos fundadores a abandonarem essa associação e a criarem o FAPAS que, por sua vez, tem problemas no fim da década de 90 e onde agora há novamente problemas internos.
Curiosamente há um denominador comum a todas estas cisões, e está dentro das próprias associações, não está na “outra bancada”!
Devido a este processo autofágico, de divisão sucessiva, não temos na região Norte uma voz associativa com peso em defesa do Ambiente, e já tivemos; é pena! (…)» 

Nuno Gomes Oliveira, FB 24mai2020.

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