segunda-feira, 11 de maio de 2020

EUA: largada de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados


No início deste mês, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA aprovou o lançamento de milhões de mosquitos Aedes aegypti geneticamente modificados sobre os municípios de Monroe e Harris, respetivamente na Flórida e no Texas, para reduzir as populações de mosquitos e proteger a saúde pública de doenças transmitidas por eles. Os documentos enviados pela britânica Oxitec, propriedade da empresa de capital de risco Third Security, LLC, não incluíam dados sobre os novos mosquitos geneticamente modificados, dados sobre os locais propostos para libertação na Flórida ou no Texas, pormenores sobre o programa experimental proposto pela Oxitec e declaração de impacto ambiental.
Dana Perls, da Friends of the Earth, emitiu a seguinte declaração: «É lamentável a EPA ter transformado comunidades da Flórida e do Texas em laboratórios para experiências de biotecnologia empresarial. Os mosquitos geneticamente modificados apresentam riscos significativos para a saúde humana e para o meio ambiente. A decisão do governo Trump de prosseguir com a sua agenda desregulatória durante uma crise de saúde global pode ter consequências terríveis. Em vez de afrouxar a legislação de segurança para satisfazer os interesses corporativos, devíamos usar alternativas menos arriscadas que não prejudicam o meio ambiente e a saúde.»
Os mosquitos geneticamente modificados podem representar ameaças significativas à saúde pública e ecossistemas sensíveis, como o Everglades da Flórida e áreas propensas a inundações no Texas. Um estudo recente do laboratório Powell na Universidade de Yale, confirmou que os mosquitos não são estéreis, apesar dos argumentos da Oxitec, e que os descendentes dos mosquitos geneticamente modificados da empresa sobreviveram até à idade adulta e os genes modificados espalharam-se em populações de mosquitos selvagens. Os cientistas levantaram grandes preocupações de que os mosquitos transgênicos criarão mosquitos selvagens híbridos, o que pode piorar a propagação de doenças e ser mais resistente a inseticidas do que os mosquitos comuns.

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