sábado, 9 de maio de 2020

Bico calado

  • O Público avalia da mesma maneira o facto de a deputada Cláudia Santos acumular o cargo de presidente do conselho de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol e a tomada de posse de Benjamin Netanyahu como primeiro ministro de Israel apesar de estar incriminado por três delitos.
  • Ventura e os ciganos confinados, Tubo de Ensaio, TSF.
  • «(…) A prioridade de André Ventura é o racismo. E quando Ricardo Quaresma criticou o discurso racista de Ventura — dizendo que “apenas serve para virar homens contra homens em nome de uma ambição pelo poder que a história já provou ser um caminho de perdição para a humanidade” —, o deputado tentou censurá-lo, negando a liberdade de expressão que sempre defendeu para si próprio. A arrogância de Ventura não foi disfarçável, bem ao jeito de quem se acha superior aos restantes cidadãos. Agora, é deputado, sabem, sente-se de uma casta, não admite ser posto em causa. “É lamentável que um jogador da seleção nacional se envolva em política”, disse Ventura, que se tornou conhecido na qualidade de comentador desportivo. Ele é da elite, pode falar do que quer, já Quaresma não estará habilitado a mais do que cantar o hino e a jogar futebol. O deputado do Chega até pediu para “que as autoridades do futebol não deixem que isto se torne o novo normal”, que alguém mostre um amarelo a Quaresma para o pôr no seu lugar. (…) Quaresma mostrou-lhe que a liberdade de expressão é um direito de todos. Mostrou que também é um campeão fora das quatro linhas. (…) Agora, num momento de crise e em que as pessoas contestam a distribuição de dividendos milionários que André Ventura defende; num momento em que as empresas como aquela que paga um terceiro salário ao deputado-consultor são criticadas por ajudar nos esquemas fiscais por onde fogem milhões de euros para offshore, desvia a atenção para uma nova controvérsia. Mas ficou desmontada a intrujice. (…)» Pedro Filipe Soares, in A trivela de Quaresma e o frango de Ventura – Público 8mai2020.
  • «(…) Na Alemanha, por exemplo, os media até nos conseguem convencer de que há muito mais vida para além da covid-19. E até reflectem outros fenómenos preocupantes que não são de ordem infecciosa. Por exemplo: a Europa central está a viver uma situação de seca que já vem de anos anteriores. Na escala que vai do grau 1, o de “seca inabitual” , até ao grau 5, o de “seca extraordinária” (que vem depois da “seca extrema”), algumas zonas da Alemanha, da República Checa e da Polónia já atingiram este último grau. Uma seca, com este grau de severidade e de persistência, na Europa Central? Afinal, isso não atinge apenas os países do Sul? Porque é que um fenómeno que já está a obrigar milhões a sair das regiões climáticas mais habitáveis nos últimos 6000 anos (como se podia ler há poucos dias no Washington Post) não consegue rivalizar com um vírus onde se projectam demagogicamente as ilusões espectaculares de um fim da história?(…)» António Guerreiro, no Público.
  • Na Inglaterra e no País de Gales, os negros têm duas vezes mais oportunidades de morrer do coronavírus do que os brancos. Segundo o Office of National Statistics,  iferenças de longa data em riqueza, educação, condições de vida e historial médico poderão explicar parte do grande impacto do vírus nas minorias raciais e étnicas. NYTimes.
  • A Blue Flame Medical, criada há apenas seis semanas por dois agentes republicanos, recebeu centenas de milhões de dólares de governos estaduais e locais desesperados por equipamentos de combate à covid-19, está agora a ser criminalmente investigada na sequência de inúmeras queixas de clientes que dizem ainda não terem recebido nada. NYTimes.
  • Primeiro, o The New York Times elogia reportagens de jornalistas russos. Depois plagia-as e, com isso, ganha prémios Pulitzer. O The New York Times terá roubado as suas histórias vencedoras do Prémio Pulitzer de jornalistas russos, os mesmos repórteres liberais anti-Putin que os seus homólogos tinham divulgado, escreve Ben Norton na The Grayzone. Os jornalistas que agora acusam o Times de roubar o seu trabalho sem lhes dar créditos são os mesmos heróis anti Putin que os seus amigos norte-americanos consideraram heróis perseguidos. Aliás, o The New Times já tinha feito coisa semelhante em 2017 para com textos de jornalistas da Meduza, em 2017, e da The Grayzone, em 2019.
  • Apesar de António Costa ter dito várias vezes que não o iria fazer, o Estado injetou esta semana mais 850 milhões de euros no Novo Banco sem conhecer os resultados da auditoria à sua gestão. Catarina Martins diz que decisões destas “são absolutamente insuportáveis”. Esquerda.


    • A Junta de Freguesia de Anta e Guetim lamenta o blackout que tem sofrido por parte de alguns media locais, estranhando que realcem atividades de Juntas de concelhos limítrofes e omitem atividades realizadas pela autarquia. Por isso, diz ir avançar com uma queixa à Entidade Reguladora  para a Comunicação Social. 

    Sem comentários: