«No dia 1 de Janeiro de 1980, parei na esquina desta casa, Praça Velha-rua Direita, e por ali fiquei mais de 1 hora em conversa com um amigo e ainda bem, senão o susto ainda tinha sido maior, porque ia a caminho da sede do Lusitânia, como se vê nas fotos a sede verde e branca foi bastante abalada pelo sismo.
Estava encostado à ombreira da casa, quando fez primeiro um pequeno sismo e logo de seguida veio o grande, o Terramoto.
Corremos em direção ao polícia sinaleiro, o caminho parecia que fugia, fazia ondas, ainda tive tempo de ver grandes cantarias a caírem nas ruas Direita e da Sé, e algumas pessoas aos gritos a correrem no meio das ruas, ainda vi o polícia apitar para as pessoas saírem junto da estátua do Álvaro Martins Homem, no tempo estava no centro da praça e corria o risco de cair. O que mais me assustou foi o barulho ensurdecedor que parecia que vinha debaixo do chão, parecia que o mundo ia acabar ali...e foi então, quando o violento sismo parou.
Cinco minutos depois entrei na Câmara de Angra pela porta do lado da rua do Galo, assustei-me quando entrei, as lágrimas apareceram, mas eu tinha, e fui, buscar uma pequena maquina Kodak...e dez minutos depois do sismo, percorri toda a cidade de máquina em punho.
Jamais esquecerei o que vi naquele dia, parecia que tínhamos sido bombardeados, cheguei a casa por volta das cinco da manhã.
Foram tempos difíceis, sem luz e sem telefones, Angra parecia uma cidade fantasma.»
Melhor do que palavras, uma seleção de imagens colhidas por José Maria Botelho.
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