quarta-feira, 3 de abril de 2019

Bico calado

  • «Depois de ter chamado javardo a Sérgio Conceição, aos portistas e aos sportinguistas apoiantes de Bruno de Carvalho, o embaixador Seixas da Costa veio admitir que provavelmente não escolhera bem as palavras. É uma constante, de resto, na vida desta personalidade pouco diplomática: a má escolha das palavras e das acções. Que o diga o jornalista Simões Ilharco, que em 1975 levou um tiro. Seixas da Costa deixou-o entre a vida e a morte. Muita sorte teve Sérgio Conceição. Desta vez, o embaixador pistoleiro ficou-se pelas ofensas verbais. Pouco certeiro no tiro a Ilharco, que ainda assim escapou, Seixas da Costa foi bem mais certeiro nos seus disparos políticos. Com um único tiro junto do ICOMOS, assassinou a Linha do Tua em nome de uma barragem que interessava a muita gente. Interessava ao Governo PS, que em 2017 o nomeou para o Conselho Geral da RTP. Interessava à construtora Mota-Engil, que o convidou para administrador da empresa. Interessava à EDP, que também o convidou para seu administrador. É hoje tudo isso e ainda administrador da Jerónimo Martins e opinador em tudo o que é sítio. Não há almoços grátis e Seixas da Costa sabe-o melhor do que ninguém. Ele e a generalidade do PS, que neste tipo de promiscuidades consegue ser ainda pior do que o PSD. Os outros? Os outros são uns javardos.» Ricardo Ferreira Pinto, in Quando Seixas da Costa, o embaixador pistoleiro, andava aos tiros a jornalistasAvatar.
  • «Os almoços grátis nos melhores restaurantes, os automóveis emprestados indefinidamente e os créditos a juros inimagináveis para o resto dos mortais estavam na ordem do dia. Um ex-conselheiro do Banco Popular contou-me que a política da empresa era “manter contentes os jornalistas de economia” com hipotecas por debaixo do mercado para garantir uma cobertura simpática. O banco acabou indo a pique, depois de ter mantido durante décadas a imagem de ser o mais bem gerido do país.» David Jimenez, in El Confidencial. Via Clube de Jornalistas.

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