Há contaminação generalizada de glifosato em Portugal, alerta a Plataforma Transgénicos Fora do Prato com base em análises levadas a cabo em julho e outubro de 2018.
«Os resultados, quando comparados com outros países europeus, mostram uma diferença preocupante: enquanto que na média de 18 países se verifica que 50% das amostras estão contaminadas, as duas rondas de testes em Portugal estavam acima desse valor – e em outubro a contaminação foi detetada em 100% das amostras.
O glifosato é o herbicida mais usado em Portugal e causa cancro em animais de laboratório, estando classificado pela Organização Mundial de Saúde como carcinogéneo provável para o ser humano. Embora a Comissão Europeia tenha chegado a conclusão diferente, informações recentes mostram que essa avaliação científica resultou de graves conflitos de interesses, ao ponto de plagiar sistematicamente os pontos de vista da indústria.
Segundo Alkexandra Azevedo, coordenadora da campanha Autarquias Sem Glifosato/Herbicidas, análises em águas superficiais na bacia do rio Douro revelam contaminação 70 vezes acima do limite máximo legal.
Embora as investigações da Plataforma Transgénicos Fora não permitam retirar conclusões definitivas, o peso das evidências não pode ser ignorado. Aliás, em 2016 a Plataforma já denunciara a situação portuguesa como preocupante, mas os responsáveis governamentais teimam em não tomar quaisquer medidas no sentido de fazer reduzir o uso dos herbicidas à base de glifosato.
Por isso, a Plataforma Transgénicos Fora apela ao Governo Português para:
- Lançar um estudo abrangente sobre a exposição dos portugueses ao glifosato.
- Proibir a venda de herbicidas à base de glifosato para usos não profissionais.
- Tornar obrigatória a análise ao glifosato na água de consumo.
- Acabar com o uso de herbicidas sintéticos na limpeza urbana.
- Apoiar os agricultores na transição para uma agricultura pós-glifosato nos próximos anos.
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