Recortes de notícias ambientais e outras que tais, com alguma crítica e reflexão. Sem publicidade e sem patrocínios públicos ou privados. Desde janeiro de 2004.
sábado, 26 de janeiro de 2019
Bico calado
O que é que Trump quer com a Venezuela? Provavelmente o mesmo que com a Líbia, em 2011: os EUA deveriam derrubar os governos deles e recompensar os norte-americanos pegando no petróleo deles. Questionado se isso não iria prejudicar esses países, Trump respondeu: «Quem se importa?»
Jean Wyllys, o primeiro e único congressista brasileiro assumidamente homossexual disse que abdicava do seu posto e não regressava ao Brasil, porque já tinha recebido imensas ameaças de morte e não queria ter a mesma sorte que a sua amiga Marielle Franco, uma autarca lésbica morta a tiro em março de 2018. A família Bolsonaro festejou nas redes sociais a demissão e exílio do deputado brasileiro.
A evasão fiscal priva os europeus de cerca de cinco vezes mais dinheiro do que é gasto no orçamento da UE de 2019, alerta um estudo do grupo social-democrata do Parlamento Europeu. O déficit fiscal da UE pode ser de € 825 biliões por ano e pode exceder os gastos com saúde em metade de todos os estados membros da EU. Tax Research UK.
Em Davos, depois de Michael Pompeo ter repetido os argumentos de Trump sobre a atual situação da Venezuela, Medea Benjamin interrompeu os aplausos exibindo um cartaz dizendo «OAS: NÃO APOIEM UM GOLPE NA VENEZUELA». «Não apoiem o golpe!", gritou. «Um golpe não é uma transição democrática! Não dêem ouvidos ao secretário Pompeo! Não apoiem o golpe! Não apoiem o golpe na Venezuela!» Via Caitlin Johnstone.
«Os EUA declararam efetivamente um golpe de Estado político na Venezuela, a partir do exterior. (…) A oposição venezuelana apoiada pelos EUA prometeu realizar uma privatização em massa de bens do Estado e implementar políticas capitalistas neoliberais duras. As legislaturas controladas pela oposição declararam, no seu “programa de transição”, que o “modelo centralizado de controlo da economia será substituído por um modelo de liberdade e mercado baseado no direito de cada venezuelano trabalhar sob as garantias dos direitos de propriedade e liberdade de empreendimento." Os EUA também sugeriram o uso da violência na Venezuela. Após a declaração de Trump, o jornalista Dan Cohen ouviu uma autoridade dos EUA declarar que se o governo do atual presidente Nicolás Maduro responder com violência, “eles não têm futuro imediato, não têm meios de subsistência imediatos. De uma maneira ou de outra, eles têm os dias contados.” (…) Esta rebelião não é claramente motivada pela resistência ao autoritarismo. A Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo e desafiou a hegemonia do dólar americano, há muito que é alvo da agressão norte-americana. Em 2002, os EUA apoiaram um golpe militar que derrubou por pouco tempo o presidente democraticamente eleito Hugo Chávez e substituiu-o pelo oligarca de direita Pedro Carmona. A intervenção dos EUA, incluindo sanções económicas incapacitantes, continuou desde então. (…) Em 2017, o governo venezuelano criou uma Assembleia Constituinte para reescrever a Constituição. A oposição nunca reconheceu esse órgão e boicotou as eleições, mantendo, no entanto, o controlo da Assembléia Nacional, administrando-a como uma legislatura paralela separada. A Assembléia Nacional, controlada pela oposição, elaborou uma lei de “transição” que descreve abertamente que políticas a oposição, liderada por Juan Guaidó, levará a cabo no seu “governo” ilegítimo e reconhecido pelos EUA na Venezuela. (…)» Ben Norton, in Gray Zone.
«(…) Se o que motiva Washington na sua política externa é o amor à liberdade, então por que é que o seu maior aliado no Oriente Médio é a Arábia Saudita, uma ditadura brutal com eleições locais limitadas? Donald Trump chegou a dizer que os EUA estão "subsidiando" os militares sauditas. (…) Também não é a preocupação pela liberdade ou democracia que motiva a política externa dos EUA, mas sim o interesse do governo. É por isso que os EUA tÊm ignorado completamente a brutalidade do regime saudita. É também por isso que os EUA odeiam o governo da Venezuela: porque este último ameaçou os interesses económicos e geopolíticos dos EUA. Mas se o humanitarismo tiver sido o fator motivador, por que razão Washington não fez nada de significativo para impedir a pior crise humanitária do mundo no Iémen, que foi causada em grande parte por vaga de bombardeamentos liderada pelos sauditas? O sofrimento humano supera em muito o que aconteceu na Venezuela. (…)» Peter Bolton, in The Canary.
Cristas deve estar com as orelhas a arder. TSF/Tubo de Ensaio 25jan2019.
Blair tem uma atração fatal por Bs. Depois da cimeira dos caixões, na Terceira-Açores, com Bush e Barroso, agora fez questão de posar com Bolsonaro, em Davos.
O Supremo Tribunal da Suíça inocentou 28 atletas da equipa russa falsamente acusados de doping durante os Olímpicos de Inverdo de 2014, em Sochi. RT.
Sem comentários:
Enviar um comentário