sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Bico calado

  • «(…) o recurso generalizado ao trabalho não remunerado 1) Contribui para perpetuar a desvalorização social da própria cultura; 2) Legitima a escassez de financiamentos públicos e privados às actividades culturais; 3) Favorece a destruição persistente de postos de trabalho remunerados (há cada vez mais postos de trabalho que estão ameaçados porque há quem aceite preenchê-los de borla, e muitos outros já foram entretanto transformados em voluntariado, estágios, etc., olhem para as universidades, olhem para as redacções dos jornais, olhem para os festivais literários, etc.); 4) Quando não provoca a extinção de postos de trabalho remunerados, está na origem da degradação das condições laborais (abuso de recibos verdes, remunerações abaixo do salário mínimo, etc.); 5) Intensifica a desigualdade nas relações sociais, pois só alguns, os que dispõem de tempo livre, é que se podem dar ao luxo de "trabalhar de borla" e de multiplicar o seu capital social e a sua rede de relações, porque quem está verdadeiramente numa situação frágil, quem precisa de contar cada cêntimo do seu dinheiro para pagar as despesas mensais, não o pode fazer; 6) Abre caminho a um mercado que vive de borlas e de porreirismo: hoje é na cultura, amanhã é na restauração (conheço casos em que já é assim, com os patrões a exigirem, além do horário de trabalho acordado, uma hora grátis todos os dias, com a chantagem de que "não falta por aí quem aceite, é pegar ou largar") e por aí fora. Se as equipas permanentes do Doc Lisboa são pagas, as equipas extraordinárias ou temporárias também devem ser pagas. Se o trabalho dos temporários é fundamental à realização do Festival, é porque é importante, logo, deve ser pago. De uma vez por todas: não pagar a quem trabalha é imoral e quem recorre a este tipo de exploração deveria ser responsabilizado e deixar de ser financiado com dinheiros públicos. E tanto faz se promove a "alta cultura" ou as alheiras de Mirandela.» João Pedro George, in Borlas & porreirismo: é a cultura, estúpido! - Sábado 31out2018.
  • «O processo de mudança de nome da Antiga República Jugoslava da Macedónia (FYROM) conduzido pela União Europeia e a NATO fica como exemplo ímpar de viciação política e de atropelamento das mais elementares normas democráticas. O objectivo de iniciar o processo de revisão constitucional para integrar o território no “campo democrático” foi declarado como atingido, mesmo violando a Constituição do país e a aritmética elementar. Para isso, vários deputados foram corrompidos através de uma operação chefiada pelo embaixador dos Estados Unidos, Jess Baily.» O Lado Oculto.
  • «A França foi, juntamente com o Reino Unido, um dos países que mais se envolveu na guerra pela destruição da Líbia e na qual recorreu, no âmbito da NATO, a grupos terroristas “islâmicos”, designadamente a al-Qaida e outros que depois se associaram no Daesh. Quando confrontados com o antagonismo entre esta realidade e a chamada “guerra contra o terrorismo”, há dirigentes da União Europeia que se limitam a dizer “c’est la vie!” – Coisas da vida! O episódio é contado pelo ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, e passou-se com o seu homólogo de então no governo francês de François Hollande, Laurent Fabius.» O Lado Oculto.
  • Israel concedeu a uma empresa dos EUA licença para explorar petróleo e gás no território ocupado dos Montes Golan. A empresa é filial da Genie Energy, que conta com «colaboradores» como Dick Cheney, Jacob Rothschild e Rupert Murdoch. Business Insider.

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