Imagem colhida aqui.
- «(…) Os que negam o direito que, repito, não obriga quem quer que seja, hão de sempre dizer que o assunto não está suficientemente discutido ou assimilado, e confundir o direito à vida com a proibição de escolher a morte quando aquela se torna de todo insuportável. Há sempre uma Vera, uma Isabel ou um Aníbal à espera de fazerem prova de vida e de intolerância, mas a sociedade, cujos costumes evoluem, deixará os moços de recados a falar sozinhos enquanto os legisladores acautelam abusos e aceitam os direitos de quem nunca pensou passar pelo desespero de escolher “antes a morte do que tal vida”». Carlos Esperança, FB.
- «Como políticos andam certamente a angariar clientes para a sua sociedade de advogados - clientes sobretudo do Estado, Hospital São João, câmaras municipais, ministérios disto e ministérios daquilo. Quando produzem um documento jurídico, a questão que se põe é se esse documento é um documento profissional ou, pelo contrário, é um documento político para compensar a mão que lhe dá de comer?!» - Pedro Arroja, Porto Canal 25mai2015 - a propósito do alegado envolvimento do gabinete de advogados de Paulo Rangel (PSD) na paralisação da obra no Hospital de S. João, financiada por mecenato - DN 12jun2018.
- «Começou o circo da Copa do Mundo de Futebol, desta vez na Rússia. Quatro anos depois da última Copa (aquela famosa pelo 7X1), o Brasil está em pior situação econômica, vive um caos político e ainda está pagando pelos “elefantes brancos” que começou a construir, convive com obras inacabadas e ainda investiga a corrupção que favoreceu os espertos que souberam manipular o futebol como ópio do povo e capitalizar o mito do país do futebol de drible e ginga fáceis. (…) No Rio de Janeiro, o projeto de gentrificação do Porto Maravilha ficou pelas tabelas e está se transformando em um grande desastre financeiro (…) e a Prefeitura do Rio terá que injetar dinheiro público para a manutenção que deveria estar sendo feita pela iniciativa privada. (…) o Maracanã – “maior estádio de futebol do mundo” (…) A reforma do estádio estava orçada em R$ 700 milhões, mas custou R$ 1,2 bilhão, e virou uma “arena” com menos de 80 mil lugares. O resultado é que os jogos no Maracanã não dão retorno financeiro para os clubes, pois o custo de manutenção e funcionamento levam toda a renda dos jogos. Desta forma, o ex-“maior estádio do mundo” fica mais fechado do que aberto ao público. (…) em Belo Horizonte, obras prometidas para a Copa de 2014 ainda estão inacabadas. No Aeroporto Internacional de Confins há obras de ampliação e modernização do terminal paradas desde setembro de 2014. (…) Em Cuiabá, nove obras prometidas para a Copa de 2014 seguem inacabadas, o que tem custado caro aos cofres públicos. Entre elas, está a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que já consumiu R$ 1,066 bilhão e está parada desde dezembro de 2014. Só 6 km de trilhos foram concluídos, do total de 22 km. Em Curitiba, quatro das 13 obras prometidas para a Copa ainda não foram concluídas, três de responsabilidade do governo estadual, e duas, da Prefeitura de Curitiba. Todas elas fazem ligação entre a capital e a Região Metropolitana, como o corredor Aeroporto-Rodoferroviária, onde já foram investidos mais de R$ 44 milhões e a reforma e ampliação do Terminal do Santa Cândida. Em Brasília, ainda há cinco obras prometidas para a Copa atrasadas, entre elas a urbanização do entorno do estádio Mané Garrincha e a construção do VLT entre o Aeroporto de Brasília e o Plano Piloto. (…) Em Manaus, o BRT, sistema de ônibus rápido, seria o principal meio de transporte para os torcedores até a Arena da Amazônia. Porém, em 2012, o governo estadual e a prefeitura desistiram de entregar a obra para a Copa, alegando atraso na liberação de recursos para o projeto. Até hoje a obra ainda nem foi licitada. Dos três Centros de Atendimento aos Turistas prometidos para a Copa, um está com as obras paradas e os outros nem saíram do papel. Em Porto Alegre, a obra na Avenida Cristóvão Colombo está parada desde que o consócio que ganhou a concorrência desistiu do contrato alegando dificuldades financeiras. Das 18 obras previstas para a Copa de 2014 na capital gaúcha, dez estão atrasadas e duas nem começaram. Em Recife, cinco das obras de mobilidade prometidas para a Copa ainda não foram entregues. Além disso, o governo do estado rescindiu no ano passado o contrato para construir a Cidade da Copa, projeto apresentado como primeiro modelo de cidade inteligente no Brasil. Em Salvador, as reformas no aeroporto internacional da capital baiana se arrastam até hoje. (…) Em São Paulo, a Linha 17-Ouro do monotrilho, que chegou a ter a inauguração anunciada para antes da Copa de 2014, até hoje não teve nenhuma estação entregue. O projeto foi retirado da lista de obras do Mundial por causa da mudança do estádio da Copa para Itaquera, na Zona Leste. Desde então, os valores da obra aumentaram, e os prazos foram sucessivamente ampliados. A megalomaníaca proposta de fazer ou reformar 12 estádios de futebol para a Copa do Mundo de 2014 só se justifica pelo interesse daqueles políticos e empreiteiros que visavam lucrar com a corrupção das obras superfaturadas. Cidades com Manaus, Cuiabá, Brasília e Natal nem possuem times na primeira divisão do campeonato brasileiro. As obras feitas estão ociosas, as obras inacabadas dão prejuízos e transtornos e toda a população brasileira foi onerada com o desperdício do dinheiro público e a ineficiência das construções. O grande destaque foram os protestos de rua contra a Copa, contra a ilusão midiática dos grandes eventos e contra a manipulação do mito da “pátria de chuteiras” e a paixão cega pelo futebol. Em 2015 estourou o escândalo da Fifa, quando 7 dirigentes da entidade máxima do futebol foram presos na Suíça, após serem acusados por suspeitas de corrupção envolvendo um montante de até US$ 150 milhões. A Fifa se mostrou uma das entidades mais corruptas do mundo. Três brasileiros foram implicados no esquema de corrupção, de acordo com o departamento de Justiça dos EUA. O ex-presidente da CBF José Maria Marin, José Hawilla, dono da Traffic Group (que morreu recentemente) e José Lazaro Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltda. A CBF e a Fifa saíram com a imagem totalmente arranhadas e a população já percebe que há “algo de podre” no reino do futebol (…) Quatro anos depois da Copa do Mundo de 2014, muitas verdades vieram à tona sobre o circo do futebol enquanto as promessas do Brasil grande foram afogadas em uma crise econômica sem precedentes. O déficit fiscal brasileiro é monstruoso e a dívida pública cresce de maneira explosiva. O país não tem dinheiro para investimento em infraestrutura e o desemprego atingiu níveis astronômicos. A violência é desesperadora. (…)» José Eustáquio Diniz Alves, in O desastroso legado da Copa do Mundo de Futebol de 2014 - EcoDebate.
Sem comentários:
Enviar um comentário