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terça-feira, 12 de junho de 2018

Bico calado

Imagem colhida aqui.

  • «Há menos de uma semana, durante uma conferência de imprensa, Emmanuel Macron foi perguntado sobre o telefonema que tivera recentemente com Donald Trump. Correra pelo mundo a notícia de que aquela conversa fora tempestuosa... Perguntado, o presidente francês esquivou-se e citou um chanceler prussiano do séc. XIX, quando ainda não havia a tradição de tudo, ou quase tudo, até a diplomacia, ser transparente e hipócrita. Macron disse, então: "Como dizia Bismarck, se explicássemos a receita da salsicha às pessoas, não é evidente que elas continuassem a comê-la." Passaram-se poucos dias e ontem, do Canadá, do encontro dos líderes do G7, quer dizer, de quase todos os chanceleres dos tempos modernos, o mundo recebeu fotos sobre o momento em que eles discutiam o acordo dos países mais ricos do mundo. Esses quase todos, de um lado da mesa, enfrentavam o único sentado do grupo. A alemã Merkel apoiava as mãos no tampo, Macron só sobre um punho, a britânica May no nada que ela já é, o japonês Shinzo Abe tinha ar derrotado e o canadiano Trudeau só um sorriso postiço para oferecer... Era um grupo de poderosos com um poder fraco como tudo. Quando a foto nos chegou, o sentado, de birrentos braços cruzados, já deitara para o lixo o acordo e chamara ao anfitrião (o canadiano) "desonesto e fraco". Quer dizer, os Bismarks dos tempos modernos preferiram dizer-nos não só a receita da salsicha mas mostrar-nos também que do cozinheiro, o único que à mesa impõe o menu, exala um odor putrefacto. Anthony Bourdain dizia: "Nunca trabalhem num restaurante que cheire mal." Ingénuo conselho! Hoje somos obrigados a frequentar esse restaurante e o seu execrável proprietário.» Ferreira Fernandes, in A salsicha de Trump e o próprio Trump - DN 11jun2018.
  • «O tribunal constituiu arguido 12 trabalhadores, incluindo dois comandantes de bombeiros, no processo interposto por vítimas do fogo de Pedrógão e cometeu a suprema injustiça de não constituir UM SÓ INCENDIÁRIO arguido daquele gigantesco incêndio e de não ter esclarecido como foi ateado o incêndio. Isto tornou-se numa DITADURA infame e injusta. A empresa francesa concessionária da estrada não é arguida, mas são dois ou três explorados e mal pagos trabalhadores seus.» Dieter Dellinger, FB.


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