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«A subserviência na linguagem. Dois títulos dos jornais: "Mike Pompeo, um falcão em sintonia com o Presidente", o outro: "A primeira directora da CIA tem um historial de tortura."
Washington é hoje um regime extremista e de extremistas. Mas não se pode tratar o governo de Washington por regime. Regime é para os outros. E um extremista como Mike Pompeo, o novo ministro dos negócios estrangeiros do regime não é um extremista – o regime de Washington não tem extremistas, nem radicais – a extrema-direita não é extrema, nem de direita. Pompeo é apenas um falcão e os extremistas são membros de um clube seleto, o Tea Party. O regime de Washington também não tem torturadores, torturadores são os malandros da Síria, do Iraque. A torturadora que vai para chefe da benemérita instituição da CIA não é uma torturadora: é uma senhora que tem um historial de tortura, do género um historial com mau hálito, com calos. A junta militar que se instalou em Washington (Pompeo foi militar formado na Academia de West Point, é mais um na junta) é apenas o resultado de uma selecção apurada de homens de bem para tornar a América Grande. Dir-me-ão que é democrático. A condenação à morte de Sócrates pela cicuta também foi votada democraticamente. E, como escreveu Bertrand Russel, um erro cometido por um milhão não deixa de ser um erro. Votar que é o Sol que roda à volta da Terra, não altera a realidade. E a realidade é que a maior potência do planeta está hoje na mão de extremistas organizados como junta militar. Uma plutocracia de gente que, como a nova chefe da CIA, subiu na vida à custa de trabalhos sujos. Os dirty boys e girls estão no poder e é com eles que temos de nos relacionar.» Carlos Matos Gomes, FB.
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