terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Bico calado

  • «(…) Podia ter ido ler a lei e obter, num instante, a resposta a duas perguntas muito simples: ao caso aplicava-se a isenção de IMI? Resposta: sim, aplicava-se. Quem é que tinha de decidir isso, as Finanças ou a Câmara Municipal? Resposta: a Câmara Municipal. E o caso morria aí, de morte natural. Mas não. O “Correio da Manhã” queria sangue. E o “Correio da Manhã” é a opinião pública e o amigo íntimo do MP. Assim, a mando do “Correio da Manhã”, fez-se a busca, devassou-se o computador e os e-mails do chefe de gabinete de Mário Centeno — hoje em dia, uma banalidade que esconde uma violência e uma devassa da vida alheia que só quem nunca sofreu é que não consegue imaginar. Mas, pior ainda: o caso saltou para as páginas da imprensa internacional: inglesa, alemã, europeia, americana. E, como os jornalistas são preguiçosos e as redes sociais os substituem com muito mais eficácia, em breve ficou apenas a headline: “O português Mário Centeno, acabado de ser eleito presidente do Eurogrupo, já é suspeito de corrupção”. E o alemão que preside ao Parlamento Europeu apressou-se, sôfrego, a pedir a comparência de Centeno para ser enxovalhado em Estrasburgo. Portugal inteiro passou ao banco dos réus. Mas ao senhor magistrado do MP que, por absoluta incompetência ou por inadmissível má-fé, fez este lindo serviço ao país, nada lhe vai acontecer: ele é irresponsável, por estatuto. Não responde perante ninguém, como se fosse um juiz e não aquilo que devia ser: um agente da política de justiça definida por um Governo eleito pelos portugueses. (…)» Miguel Sousa Tavares, in Como ver claro no meio de tanto nevoeiro e fogo-de-artifício? - Expresso, via A estátua de sal.
  • «Os deputados do PSD/Aveiro consideram “absolutamente inaceitáveis” os números dos tempos máximos de resposta garantida nos Centros Hospitalares do Baixo Vouga e de Entre o Douro e Vouga. Através de uma pergunta, os parlamentares aveirenses exigem “medidas concretas” e datas para as implementar.» ON. É fantástica esta falsa amnésia do PSD. Parece que não foi o governo de Passos-Portas, a mando da troika, que mandou encerrar centros de saúde e aplicar cortes brutais em todo o sistema de saúde em Portugal. E ainda por cima disse a enfermeiros e médicos para emigrarem...


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