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- «Quantas vezes Marcelo fez voluntariado junto dos sem abrigo antes de ser presidente, quando até tinha uma agenda mais ligeira? Quantos comentários e propostas fez Marcelo nos seus comentários televisivos em matéria de incêndios? Quantas vezes Marcelo usou os seus comentários para fazer previsões económicas? Quantas vezes bebeu Encosta do Alqueva reserva de 2014 com pobres? Até parece que Marcelo enjoou a comida dos jantares de banqueiros para onde era convidado.» O Jumento.
- «(...) E também perguntou a que título, depois de Pedrogão, não foram requisitadas as Forças Armadas para tarefas de prevenção aos incêndios, apontando tal inoperância como mais uma das falhas do governo. Ó Pacheco, aí falhaste tu, e o tiro saiu ao lado. Então quem manda na tropa, não é o Presidente da República, que é o Comandante em Chefe das Forças Armadas? Marcelo que se mete em tudo, que demite ministros pela televisão, que abraça velhinhas e visita destroços, não terá culpas no cartório nesse quadro de ausência dos militares? Parece-me bem que sim, e por isso me parece também que Marcelo tem também, nesse quadro os seus telhados de vidro. Mas adiante. O que está na agenda é o ataque ao Governo (...)» A estátua de sal, in A quadratura do fogo.
- «Só um idiota urbano, daqueles que precisam de ser submetidos a 35 graus centígrados em meados de Outubro, depois de seis meses sem chover, para chegar à conclusão de que aquilo a que insistentemente chamaram “bom tempo” é uma catástrofe, é que não percebe que aquele mar verde de oliveiras a perder de vista, alimentadas para crescerem mais num ano do que os antigos olivais cresciam numa década, e ocupando o terreno com a mesma densidade que uma plantação de couves, consomem água e fertilizantes em porções criminosas. Em pouco tempo, a terra fica exaurida e o deserto cresce. Noutros lugares do Alentejo, os olivais com mil anos não precisam que lhes seja erguido um “memorial” porque são eles que transportam a memória do mundo. Aquele lagar imponente no meio da planície não homenageia o olival português: insulta-o.» António Guerreiro, in Os azeiteiros excelentíssimos – Público 20out2017.
- «(...) O Povo diz que “depois de casa roubada trancas à porta”! É dos livros. É que o Estado falhou e falhou rotundamente, digo eu. Mas quem é o Estado? Que fique bem claro: somos todos! E cada um com a sua pequena ou grande quota de responsabilidade. Falhou, e foi fatal, no nosso egoísmo. Falhou quando durante mais de cinquenta anos, nos conduziu à emigração e ao abandono da agricultura. Falhou quando lhe deu a estocada final e, nos macabros tempos do Cavaquismo, negociou a tenebrosa PAC. Falhou antes quando nos obrigou massivamente a ir para uma guerra longe da Pátria. Falhou quando, no ajustamento, sob o chavão da improdutividade e do não há alternativa obrigou milhares e milhares de jovens a emigrarem. E quando, querendo depois que regressassem, lhes oferecia uma côdea em relação ao que lá fora ganhavam… Falhou também quando, depois e na sequência disso tudo, foi retirando às populações do interior tudo aquilo que significava Estado: o Hospital, o Centro de Saúde, o posto da GNR, o Tribunal, os CTT, a Estação dos Caminhos de Ferro, o Autocarro e a Escola! Resultado? O óbvio! A culpa? De todos…e de ninguém… (...)» Joaquim Vassalo Abreu in As manifs contra os incêndios – À esquerda do zero.
- «As armas furtadas em Tancos no passado 27 de Junho apareceram anteontem, 18 de Outubro, na Chamusca. Entre as duas datas, chefias do Exército e outros militares (um deles foi Vasco Lourenço) alertaram para a possibilidade de não ter havido furto. As armas ‘desaparecidas’ fariam parte de um lote abatido ao stock mas não registado como tal. Acontece muito, repetiu gente insuspeita. Fui dos que aceitaram a tese como boa. Mas eis que as armas surgem do nada após denúncia anónima. Dando de barato o facto de o seu desaparecimento e ulterior aparecimento terem ocorrido no pós-Pedrógão Grande e no pós-Domingo Negro, respectivamente, curiosa coincidência, o factor Chamusca muda tudo. Ou não?» Eduardo Pitta, in Coisas sérias.
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