Foto: Donald
Devine/Alamy
(Trad. Livre de excertos)
Embora não possamos dizer definitivamente que as alterações climáticas causaram o furacão Harvey, a ciência garante-nos que elas aumentaram o impacto das inundações e a intensidade da tempestade.
Isto não devia ser uma surpresa. Durante muitos anos, os cientistas avisaram que a nossa dependência em relação aos combustíveis fósseis provocará tempestades maiores e mais devastadoras.
É também certo que o litoral do Texas e a região mais ampla do Golfo (que já sofreu este tipo de evento antes) estão na linha de frente da subida do nível do mar e do clima extremo potenciado pelas alterações climáticas. E, em particular, Houston - com a sua longa lista de refinarias de empresas como a Exxon e a Shell - enfrenta o risco adicional de derrames químicos tóxicos nas comunidades vizinhas.
Greg Abbott, o governador do Texas, durante largos anos negou a ciência das alterações climáticas, tendo processado o ministério do Ambiente contra o Plano de Energia Limpa, a iniciativa do presidente Obama para reduzir as emissões de gases de efeito de estufa das centrais de energia. Há também Ted Cruz, o senador do Texas empenhado em desacreditar a ciência do clima que até convocou uma audição do Senado sobre o assunto e preencheu o seu painel de "cientistas" pagos pela indústria dos combustíveis fósseis. Para não falar em Trump, um negacionistas das alterações climáticas que, em tão pouco tempo desmantelou as proteções ambientais criadas nos últimos anos e cancelou todos os projetos de proteção contra as inundações.
A longo prazo, ajudar as vítimas deste furacão implicará, por um lado, responsabilizar não só as grandes poluidoras que são as petrolíferas mas também os políticos que permitem a sua eternização, e, por outro, abandonar a atual economia baseada nos combustíveis fósseis e adotar uma economia baseada em energia limpa.
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