Foto: AP.
- «(…) Como é que é possível um tipo ter a profissão de advogado, trabalhar para uma autarquia em processos que são públicos e notórios, e depois pedir em tribunal a condenação de um jornal e dos seus jornalistas por publicarmos a sua foto sem lhe pedirmos autorização? O ridículo ainda maior é vivermos num país que tem uma justiça que permite este tipo de oportunismo.”(…)» Francisco Teixeira da Mota in O Mirante não aceitou a censura judicial... – Público 29set2017.
- «(…) Sempre que num jornal se escreve “X arrasou Y” é o próprio jornal que pretende “arrasar” Y. Porque o uso de tal metáfora não indica uma constatação, implica uma tomada de posição de quem a profere e uma vontade de realizar a acção. Dizer “arrasou” não é o mesmo que dizer “criticou violentamente”. Enquanto que a segunda forma pode ser dita sem comprometer a neutralidade de quem a diz, a primeira faz o jogo da diminuição e da ridicularização do “arrasado”, diz que está a proferir sobre ele um juízo definitivo e nada nem ninguém o pode salvar. Ninguém é “arrasado” num dia e reaparece intacto no dia seguinte. Toda a crítica pode ser refutada; mas todo o “arraso” é irreversível. Há um gáudio indiscreto na sentença “X arrasa Y”. Não quer dizer que quem experimenta esse gáudio não sinta exactamente o mesmo se a situação se inverter de modo a poder dizer que “Y arrasa X”. Mais do que as determinações ideológicas ou políticas destes enunciados, é preciso ver neles a miséria da linguagem jornalística e uma ingenuidade semelhante àquela dos escritores que, como alguém disse, julgam que basta escrever “merda” para que os leitores sintam o mau cheiro.» António Guerreiro in Vamos arrasá-los - Público 29set2017.
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