Foto de Mário Rui Ribeiro 13set2017.
- «Os favoritos em Lisboa e Porto adoram arruadas ruidosas em que ficam calados. É a estratégia fácil para não cometer erros. Mas ficar quedo para não expirar na eleição é deixar de inspirar os eleitores A melhor maneira de não fazer uma asneira é não fazer nada. O mundo dos políticos favoritos sabe-o e o submundo dos seus assessores recomenda-o: não mexer, falar pouco, sorrir muito, evitar perguntas, encurtar respostas, usar uma carteira com frases preparadas em vez de uma pasta de projetos, mostrar superioridade, representar confiança, porque o risco dos favoritos é deitar tudo a perder ao abrir a goela.» Pedro Santos Guerreiro in Ganhar parado – Expresso 23set2017.
- »(…) Neste contexto, é perigoso o modo como as instituições europeias estão a actuar, acompanhadas, como é habitual nos momentos mais decisivos, por uma espécie de consenso comunicacional, que faz suceder artigos sobre artigos, noticiários tendenciosos sobre noticiários tendenciosos, contra o referendo catalão. Basta ler a imprensa e ver a televisão espanhola para perceber que não há verdadeiro debate sobre o que se está a passar, mas uma barragem de posições que tem em comum serem todas contra o referendo e a possibilidade da independência catalã. Estamos a falar da comunicação social de um país e uma democracia europeia, e ninguém parece espantado e revoltado com tanta unanimidade agressiva, com os jornalistas a incorporarem na sua linguagem todo o vocabulário e argumentário anti-catalão. Ora, isto não é normal, como não é normal o esforço das instituições europeias para isolarem a Catalunha, as mesmas que aceitaram o referendo sobre a independência da Escócia (que se irá repetir a curto prazo) e agora se calam perante um processo de controlo e manipulação comunicacional e perante a repressão política que se abate sobre a Catalunha. Sim, repressão política, que parece deixar indiferentes todos aqueles que vêm para a rua protestar contra qualquer violação dos direitos e liberdades e muitos dos quais certamente apoiam o referendo curdo pela independência do Curdistão iraquiano e acham abusiva a posição de o impedir por pressão da Turquia. E depois o argumento da legalidade é o mais hipócrita de todos. A mesma Europa que recusa o referendo catalão participou num processo ilegal de derrube do legítimo Governo ucraniano, apoiando as forças protofascistas que ocuparam a Praça Maidan em Kiev, com a consequência na guerra civil nos Donets, na intervenção russa e na ocupação da Crimeia. Sim, o Presidente corrupto que foi derrubado com o apoio da União Europeia era o Presidente legítimo e eleito da Ucrânia.» José Pacheco Pereira in O que é que se passa na Europa e em Portugal face à Catalunha? - Público 23set2017.
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