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«Em janeiro de 2013, depois de ter sofrido o furto de algumas obras, Scarano dirigiu-se ofegante aos carabinieri para denunciar o roubo de quadros e preciosidades, num valor que ele próprio estimou "entre os 5 e os 6 milhões de euros". Os militares começaram a notar a desproporção entre o salário do pastor e as suas enormes disponibilidades económicas. Carabinieri e Guarda Fiscal começam a indagar não só sobre o furto, mas também sobre as origens do património, descobrindo um pouco de tudo. Em primeiro lugar, que “a enorme provisão do padre deriva, na quase totalidade, de provisões económicas fornecidas pelos armadores D'Amico”. De facto, estudando as contas correntes do IOR, os investigadores percebem que Paolo, Cesare, Maurizio e Maria Cristina D'Amico fazem afluir dinheiro ao sacerdote. Em média, chegam 100 mil euros por mês, quer através de transferências pessoais, quer através de sociedades offshore como a Keats Trading e a Interbroker das Ilhas Virgens
Britânicas, e a Lennox Maritime e a Cherry Blossom, duas sociedades-fantasma que "eram absolutamente desconhecidas do Estado bem como dos principais bancos com sociedades a nível mundial", explicam os juízes em 2014: "pelo que não se tem nenhuma informação não só sobre a sua estrutura societária, mas precisamente sobre a sua existência". Suspeitava-se que os D'Amico, que em dez anos depositaram nas contas de "Dom 500 euros" mais de 3,2 milhões, usassem a conta de Scarano não para obras de beneficência, como tentaram justificar-se, mas para branquear dinheiro fruto de evasão fiscal. Para que se saiba, quando chegava uma transferência suspeita, Nunzio dizia ao funcionário do IOR que o dinheiro "chegava de um primo meu da América". Era o bastante para tranquilizar o bancário e superar qualquer controlo.»
Emiliano Fittipaldi, Avareza – Saída de Emergência 2016
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