terça-feira, 27 de junho de 2017

Ministro da Agricultura Capoulas Santos homenageia Suinicultores


O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, concedeu a Medalha de Honra da Agricultura à Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, «em reconhecimento pelo seu valioso e excepcional contributo para o desenvolvimento agrícola, agroindustrial e florestal do País».

Salvo opinião mais informada e cabal, Capoulas Santos mais não fez do que um enorme frete ao lóbi da suinicultura. Pior: desautorizou o seu colega de governo, o ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes. Há um mês, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, dera um prazo de 4 meses aos suinicultores para encontrarem uma solução para o tratamento dos efluentes das suas indústrias sob pena de sofrerem medidas duras da tutela. «Os esgotos das suiniculturas, como em qualquer setor industrial, têm de ser tratados por quem produz esses mesmos esgotos», disse na altura, considerando a atitude dos suinicultores grave: «É grave e não pode ficar como está. Os fundos ainda não se perderam, mas o Estado não se pode substituir a estas empresas como não se substitui às outras empresas industriais e agroindustriais que poluem. São mesmo elas que vão ter de resolver o problema». João Pedro Matos Fernandes fizera questão de sublinhar que, «quem é responsável pelo tratamento dos esgotos é quem produz esses mesmos esgotos», aliás, «o custo pelo qual os produtos são vendidos têm que incorporar necessariamente o valor que é também despendido com o tratamento dos esgotos. É assim em todos os setores e quando os setores não conseguem fazer isso não podem continuar a existir». 

E foi precisamente tudo isto que Capoulas Santos desautorizou e deitou a perder. 
Não nos admiremos, pois, de os suinicultores, homens honrados, valentes e vigorosos, continuarem a poluir as ribeiras e os rios das zonas onde operam. Eles fazem gato-sapato dos ministros da Agricultura, do Ambiente, de tudo. Merecem, pois, o nosso aplauso e reconhecido apreço. Um lugar no Panteão Nacional nunca será, para eles, demais. 

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