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Tem um problema com alterações climáticas?
Experimente pulverizar a estratosfera com aerossóis, a solução rápida e eficaz!
Aviso! Possíveis efeitos secundários: alterações no ciclo hidrológico, secas, perda de ozono, aquecimento da camada superior da atmosfera, alterações nos ecossistemas…
Consulte primeiro o seu advogado.
Cientistas da universidade de Harvard vão lançar dentro de algumas semanas o maior estudo de geoengenharia solar do mundo. O programa de pesquisa inclui o envio de injeções de aerossóis para a atmosfera superior da Terra para estudar os riscos e benefícios de uma futura solução de tecnologia solar para as alterações climáticas.
«Este não é o primeiro ou o único estudo universitário», disse Gernot Wagner, co-fundador do projeto, «mas é certamente o maior e o mais abrangente».
Alguns cientistas climáticos das Nações Unidas vêem estes projetos com alarme, temendo a transferência de dinheiro de tecnologias comprovadas de mitigação, como a energia eólica e a solar, para projetos com potencial para desastres não intencionais.
Kevin Trenberth, lider do painel intergovernamental das NU sobre mudanças climáticas afirmou que o desespero perante o arrastar de soluções para as alterações climáticas e a ascensão de Donald Trump tinham alimentando a atual tendência tecnológica.
«A geoengenharia solar não é a resposta», sublinhou. «Cortar a radiação solar afeta o clima e o ciclo hidrológico. Promove a seca. Desestabiliza as coisas e pode causar guerras. Os efeitos secundários são muitos e os nossos modelos ainda não são suficientemente bons para prever os resultados».
Um estudo do Met Office de 2013 considerou que a pulverização de partículas finas na estratosfera poderia precipitar uma seca calamitosa no norte da África.
Frank Keutsch, professor de ciências atmosféricas em Harvard, que liderou a experiência, disse que o desenvolvimento de um sistema de geoengenharia solar era «uma perspetiva aterradora» que ele esperava nunca ter de ser considerado. «Ao mesmo tempo, nunca devemos sobrepor a ignorância ao conhecimento numa situação como esta», acrescentou.
«Se você injetar calor na estratosfera, isso pode mudar a quantidade de água transportada da troposfera para a estratosfera, e o problema é calcular ou prever o volume de consequências em efeito dominó. Para quantificar isso será necessário começar com estudos laboratoriais e tentar entender as propriedades relevantes desses aerossóis.»
Bill Gates e outras fundações estão a financiar substancialmente o projeto, e presume-se que as empresas aeroespaciais estarão a considerar o interesse comercial da tecnologia.
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