Imagem de Steve Cutts 10fev2017.
- «Para um administrador de bancos isto é um suicídio, não há ninguém que esteja no seu pleno juízo, nem mesmo o seu amigo Lobo Xavier, que lhe mande SMS ou se comprometa em conversas telefónicas. António Domingues deixou de ser confiável e duvido que passada esta fase o próprio Lobo Xavier tenha confiança no seu velho amigo. O que poderá ter levado alguém experiente a imolar-se na pira da falta de princípios? O dinheiro que perdeu por não ser administrador, a vaidade ferida? Um dia saberemos. (…) É aqui que entra o Lobo, neste caso o Lobo Xavier e nesta matéria temos mais um lobo do que um frade a falar para peixinhos. E se Lobo é mesmo o lobo, o António Domingues acaba por ser o cordeiro. Lobo Xavier, apesar de bom cristão, não é conhecido como administrador do Banco Alimentar ou de muitas das IPSS da Igreja. Antes pelo contrário, Lobo Xavier é administrador de grandes empresas e na sua vida não teve uma única aula de gestão. Todas as grandes empresas têm interesses directos ou indirectos na CGD, grandes empresários mantêm litígios com a CGD, muitas empresas e personalidades têm crédito malparado para renegociar, tudo matérias em que o gestor, o administrador, o advogado ou o lobista Lobo Xavier pode dar uma preciosa ajuda, tudo dentro da maior das legalidades.» O Jumento.
- «Todos os que acompanharam a vida política na altura da crise política sabem bem que a única preocupação do Sr. Presidente [Cavaco Silva] era aquela que revelou na noite da sua reeleição: vingança e desforra. O seu discurso de posse foi o sinal de que a direita precisava para atirar o governo abaixo e provocar eleições. Na Assembleia da República, e pela primeira vez na história democrática, chumbou-se um acordo e um compromisso com as instituições europeias que um governo legítimo tinha conseguido para que o país não fosse forçado a pedir ajuda externa. O Presidente da República de então não tem moral para dar lições de lealdade institucional. Na crise política de 2011, ele sempre foi a mão por detrás dos arbustos.» José Sócrates in A mão por detrás dos arbustos – DN 18fev2017.
- «(…) vamos fechar as contas de 2016 com o défice ainda abaixo dos 2,3% anunciados por António Costa; com o PIB a crescer mais do que os 1,4% previstos, graças ao salto de 0,6% no último trimestre; com o desemprego a descer até próximo da barreira psicológica dos 10% e, mais importante, com a criação efectiva de 90 mil postos de trabalho; e vamos para 2017 com as exportações relançadas e o regresso do investimento, embora tímido. Mário Centeno cumpriu todas e cada uma das suas previsões e, contra todas as expectativas (em parte, incluindo as minhas) deu uma tremenda bofetada de luva branca em todos os catastrofistas e, em particular, nos arautos do desastre da Comissão Europeia e nos que internamente previam orçamentos rectificativos e a vinda do Diabo à conta da “reversão” das nefastas medidas do governo Passos/Portas. Afinal, havia alternativa. (…) Manifesto assim a minha perplexidade pelas notícias que dão conta de que António Lobo Xavier, uma pessoa inteligente e bem formada (e, para mais, advogado) tenha levado ao Presidente da República os SMS que o seu cliente ou amigo António Domingues terá recebido do ministro das Finanças. E mais perplexo ainda fico por saber que Marcelo Rebelo de Sousa, outra pessoa inteligente e bem formada (e, para mais, Professor de Direito Constitucional), os tenha solicitado, os tenha lido e, com base nessa leitura, tenha feito um comunicado e enunciado uma nova opinião, fundada na violação de correspondência privada. Oxalá, repito, eu esteja a ver mal todo este filme ou esteja baseado em falsas informações, porque mal seria que, nestes tempos onde a violação da privacidade se tornou uma banalidade por todos cultivada, fosse o próprio Presidente da República a dar o mau exemplo.» Miguel Sousa Tavares in Notícias boas, notícias manhosas e notícias preocupantes – Expresso, via Estátua de Sal.
- «Na capa de hoje, o Record referindo-se ao pedido de reunião que o Benfica fez ao Conselho de Arbitragem, refere que o clube está "indignado" e associa essa indignação à arbitragem do jogo do Porto de ontem. Já ontem, quando a meio do jogo lançou a notícia, o Record tinha feito a mesma associação. Primeiro a notícia do pedido de reunião e, logo de seguida, na mesma notícia, um breve resumo dos casos de arbitragem do Porto-Tondela. Porém, lendo o comunicado oficial no site oficial do clube, é possível perceber que não há nenhuma relação que se possa estabelecer, especificamente, com esse jogo. O Benfica refere o "clima intimidatório" e "situações anómalas que estão a acontecer." (…) Grande parte do clima de agressividade vivido no futebol é ateado pela imprensa desportiva, que tem um comportamento verdadeiramente pirómano na forma como tenta forçar estes casos, mesmo que para isso tenha de recorrer à distorção dos factos.» Os truques da imprensa portuguesa, FB.
- O projeto “SPEED Mais” diz ter por objetivo “apoiar o Governo de Moçambique na implementação de políticas e estratégias que visem a melhoria do ambiente de negócios e o crescimento económico baseado no investimento privado, estruturado em quatro componentes: (1) agricultura, (2) comércio, ambiente propício às empresas, (3) energia, água e (4) conservação da biodiversidade”. Porém, instado a precisar de que forma o apoio iria chegar aos moçambicanos mais pobres e desempregados, o responsável pelo projeto declarou que “primeiro temos que trazer peritos para investigar a situação, para ver quais são as regras que o País precisa e as que precisa de mudar”. Precisamente o contrário do que o ministro Ragendra dissera minutos antes: “(...) a riqueza não se faz nos salões de café, a riqueza não se faz em seminários, a riqueza faz-se com trabalho abnegado, com trabalho honesto, trabalho justo. Só transpirando é que se produz a riqueza”. Portanto, o apoio dos EUA, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), quase não sairá das salas climatizadas da capital do País. Os 37,2 milhões de dólares foram entregues a um consórcio de empresas de consultoria: as norte-americanas Development Alternatives Inc. (DAI) e Nathan Associates Inc.; e as moçambicanas SAL Consultoria e Investimentos, Lda, Cimpogest e Impacto. A Verdade.
- O ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador lamenta que todas as tentativas por parte de muitos países pobres têm contado com o boicote do Reino Unido e de outros países ocidentais. O Equador realiza hoje um referendo para proibir o acesso a posições de poder político de cidadãos que tenham ativos ou empresas em paraísos fiscais. NI.
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