Bico calado – Petrolíferas reconquistam opacidade

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• O Senado norte-americano acaba de revogar uma lei que impedia as petrolíferas de assinar acordos corruptos com governos estrangeiros. Isto acontece 2 dias depois da nomeação para Secretário de Estado de Rex Tillerson, CEO da ExxonMobil e velho adversário da antiga lei. Trata-se de um duro golpe contra a democracia a favor das grandes multinacionais. A antiga lei, conhecida por lei da transparência de Cardin-Lugar, exigia que petrolíferas - a indústria petrolífera é considerada a mais corrupta de todas -, como a Exxon, a  Chevron e várias gigantes chinesas publicassem pormenores das centenas de biliões de dólares pagos a gobvernos em troca de direitos de acesso, exploração e extração de recursos naturais, com o objetivo de fazer reverter esse dinheiro a favor do povo desses países e impedir o acumular de riquezas por parte de uma elite. O Senado matou tudo isso. Global Witness.

• «Hoje convive-se com o aldrabão e o vigarista encartados — tantas vezes alcandorados a tratamento VIP em certos media — com a normalidade de uma opacidade ética traduzida na ignóbil frase de que são todos iguais. Esta frase, repetida urbi et orbi, estimula a infracção e violenta a virtude. É o preço da indiferença e do relativismo éticos. É na indiferença que se alimentam os “girinos” estagiários antes de evoluírem para impostores encartados.» António Bagão Félix in A pós-mentira – Público 3fev2017.