Foto de Henrik Spranz.
- «Malheiros era inconveniente e esse era mesmo o seu principal "problema". Melhor dizendo: muito inconveniente. Era, verdadeiramente, um livre-pensador, que escrevia sem se deixar condicionar, sem calcular os perigos, sem ter em conta que amigo, ou superior, ou "potencial futuro superior" ia incomodar. Escrevia como o livre-pensador que era (e é) e o preço dessa liberdade acaba de chegar.» Os truques da imprensa portuguesa. Em homenagem a José Vitor Malheiros, valerá a pena reler excertos de alguns dos seus textos.
- A verdade sobre a música popular dominante. Vídeo com legendas em língua portuguesa.
- «Esta nova onda de babysitter electrónica é o espelho não da potencialidade da modernização mas da sua decadência. E deixem-me colocar o dedo na ferida – os pais, cansados, desanimados, com pouco dinheiro, desmoralizados e sem vontade de educar com conflitos, nãos, e outras resistências, serão os primeiros, porque a perversidade humana é uma linha ténue, a dizer «eles querem ficar em casa a jogar». Eles querem? E onde é que eles escolhem? E como escolhem? «Os pais submetem-se e submetem os filhos», disse-me uma vez o psicanalista e pedo psiquiatra Coimbra de Matos – os salários e o tempo de trabalho no país são vergonhosos. E o modo de vida que incorporámos para aceitar isto é regressivo, decadente. Viver está a ficar insuportavelmente caro neste modo de acumulação onde as necessidades humanas são todas mercantilizadas, até aquela que levou milhares de anos a conquistar – o direito à infância. Ter filhos e conseguir educá-los com humanidade, com relações reais, com aprendizagem e não com repetição de mecanismos, no fundo educar filhos com trabalho vivo (humano) e não trabalho morto (máquinas) é hoje um sinal exterior de riqueza.» Raquel Varela in Filhos, sinal exterior de riqueza.
- «Como é que é? Então? Constroem hotéis com os impostos de gente que nem pode sonhar em um dia dormir num Hotel, fazem-no em nome do combate ao desemprego e ao crescimento da economia, alegam ser a industria do futuro, tudo isso para receberem subsídios que chegam quase a 80% do valor total da obra e dos equipamentos, alguns são empreiteiros de si próprios e acumulam toda essa riqueza dos impostos dos outros e, no fim, nem conseguem aguentar a subida do salário mínimo nacional. Nem mais um apoio para essa indústria!» Nuno Barata in Se não acrescenta valor para que serve?
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