Imagem captada aqui.
Portugal conseguiu reduzir para 5% os cortes nas capturas de pescada mas a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, fala numa grande vitória. Tudo porque a quota de biqueirão sobe 18% face a 2016, as capturas de tamboril aumentam em 54%, as de bacalhau da Noruega em 16%, as de raias em 10%, as de carapau em 7% e as de lagostim em 5%.
Curiosamente, também o Reino Unido tem razões para estar contente porque conseguiu aumentar as suas quotas de captura de bacalhau, arinca e linguado. Ironicamente, a negociação foi liderada por um eurodeputado pró-Brexit.
De nada valeram os alertas de cientistas para as quotas de pescas previstas para 2017 porem em risco a sustentabilidade dos recursos pesqueirosRefira-se que cerca de 2/3 dos estoques europeus de peixe estão sobre-exploradas e 85% estão abaixo dos níveis saudáveis.
A Oceana acusou, entretanto, os ministros que defenderam o aumento das quotas de terem tomado uma decisão irracional e de ignorarem a ciência em prol de interesses imediatos e à custa de recursos cada vez mais escassos.
Por outro lado, 8 das maiores empresas pesqueiras mundiais (Maruha Nichiro, Nippon Suisan Kaisha, Thai Union, Dongwon Industries, Marine Harvest ASA, Cermaq, Nutreco-Skretting e Cargill Aqua Nutrition) prometeram, pela primeira vez, melhorar a transparência e a rastreabilidade das suas capturas para impedir a pesca ilegal e proteger os oceanos.
As empresas prometeram ajudar a reduzir a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada e procurar assegurar que as espécies ameaçadas e em extinção não estejam presentes nas suas cadeias distribuição e comercialização. Prometeram ainda eliminar qualquer forma de escravatura moderna, incluindo trabalho forçado e infantil nas suas cadeias de distribuição, e reduzir o uso de antibióticos na aquicultura.
Independentemente da oportunidade para algum aproveitamento mediático e quiçá algum greenwashing, as promessas destas o grandes, se cumpridas, contribuirão para reduzir alguns atropelos graves no setor. Por exemplo, ainda há pouco tempo, a Thai Union, era acusada de praticar trabalho escravo.
Sem comentários:
Enviar um comentário