quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Bico calado

 
                                                                      Imagem capturada aqui.
  • «E já nem falo da forma como a separação de poderes foi pontapeada (falei). Caramba, não se obriga (obriga!) um Ministro a ir a uma reunião onde havia nada para discutir — à porta aberta nada se discute. Se Marcelo quisesse realmente a Cornucópia aberta (e não duvido disso; mas aqui o umbigo falou mais alto), teve muito tempo para marcar e mediar reuniões.» Rogério Costa Pereira in Marcelo, uns umbigos em forma de Cornucópia – e uns pozinhos de interioridadeEu, Canhoto.
  • «Ora, o que tem acontecido no Grupo Impresa é que o critério para o despedimento, que eles definem como mútuo acordo, é apenas um: trocarem um jornalista caro por um baratinho, pois o público não dá conta e o corte fica a matar naquele power-point que o Dr. Balsemão olha sorridente, quando reúne anualmente os seus quadros num retiro espiritual num hotel em saldo. Só que para azar dos Távoras, ao lado do investimento em desemprego, a linha das vendas desce a pique, até ao zero projectável daqui a poucos anos. Dizem que a culpa é da internet, mas nunca conseguiram uma estratégia digital para compensar as perdas na venda do papel, porque não percebem nada desse novo meio, que é ágil, exige saber técnico, o uso de uma linguagem visual e de audio e que não é adequada a diretores que vêm dos anos 70 e que sempre olharam o jornalismo como o primórdio da palavra sobre a imagem.(…) Os gastos deixaram de ser para fazer reportagens, que os burocratas instalados consideram passeios para os jornalistas, mas a frota dos Audi, BMW, Mercedes e até de LEXUS com 16 altifalantes (!) subiu vertiginosamente, para perto de 70 carrinhos (…) É curioso como o processo de despedimento partiu do diretor do jornal, na altura Henrique Monteiro, o mesmo que foi da direcção do sindicato nos anos 80 e que chegou a telefonar para o escritório do Joaquim Letria que tinha uma agência de comunicação e que queria provar que ele Letria era um jornalista não-grato à classe. Já em 2008 o diretor Nicolau Santos tinha proposto que os jornalistas que ganhavam mais de 5 mil euros brutos deviam abdicar de 10% do ordenado durante um ano para darem um sinal de solidariedade a Balsemão. A pressão pessoal foi de tal ordem que quem como eu começou por dizer que não, acabou a ter de dizer sim. (…) Houve, e não sei se ainda há, jornalistas a trabalharem há 10 anos a recibos verdes e a esconderem-se por imposição quando eram anunciados os inspectores do Trabalho. Tudo no silêncio do medo. (…) Assim nasceu uma pequena cãozoada seguidora dos chefes que se dispuseram a trair colegas seniores que tudo lhes ensinaram, para poderem ocupar o lugarzinho, que vão perder mais cedo que tarde. Hoje o jornalismo tem os tiques da política, onde o que é gerido não é a competência mas o amiguismo, e sobretudo de quem tem o poderzinho e conseguir aguentar o maior tempo possível, pois eles sabem que há um túnel ao fundo sem luz, sem saída.» Luís Carvalho in A propósito do despedimento da jornalista Ana Margarida CarvalhoFB.
  • A equipa de transição de Donald Trump está em processo de travagem depois dos seus filhos Eric e Don Jr. Terem sido apanhados a vender acessos ao presidente em troca de doações para uma alegada fundação solidária. Politicus USA, citando o insuspeito The Wall Street Journal.

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