Imagem captada aqui.
«Vivemos imersos na cultura do ruído. Não é apenas a música ou a TV ligada. São os motores. Os altifalantes. Os alarmes. Os locais de diversão nocturna até de manhã. O falar alto. Uma cacofonia que se tornou normalidade, talvez porque associamos o rumor ao prazer ou à festa. De alguma forma reproduzimos isso no quotidiano, como se acreditássemos que sendo barulhentos legitimássemos perante os outros que somos bem-sucedidos ou que estamos a desfrutar de algo (…) Entra-se num espaço público e vemos as pessoas fascinadas com o olhar dirigido para os ecrãs, ou absortas pela música que não pára, como se existisse medo do silêncio, que obriga a pensar. É como se necessitássemos de som à volta, em todo o lado, a toda a hora, para confirmar que existimos, o que paradoxalmente nos torna indiferentes perante a verdadeira experiência da música.»
Vítor Belanciano in É preciso desligar a música! Público 29set2016.
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