quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Descargas poluentes à boleia de chuvadas

Ribeira de Santa Luzia, Madeira, junto ao sopé da britadeira e da escavação.
  • A Ribeira dos Milagres tem sido vítima de descargas poluentes nos últimos dias. Aconteceu ontem, 13 de setembro e na 4ª feira da semana passada, 7 de setembro. Os casos foram denunciados às autoridades competentes. Desabafo de uma testemunha e ativista local: «Esta é a cultura, a educação e a estratégia destes chamados suinicultores que andaram a cortar estradas invadir espaços comerciais gerando conflitos com as autoridades a reivindicar justiça olhando somente para os seus interesses. Então e os outros que nada têm a ver com esta problemática e que sofrem todos os dias com os efeitos de descargas clandestinas quer na ribeira quer em tantos outros locais e sempre da mesma forma?»
  • Também o Rio Ferreira foi alvo, ontem de manhã, de uma descarga poluente. A poluição era visível na Levada do Souto, no parque da cidade de Lordelo. A descarga «foi deliberada e programada para se aproveitar o aumento do caudal do rio pela chuva que caiu durante a noite», diz Nuno Serra, presidente da Junta de Lordelo, que aponta o dedo à ETAR de Arreigada, sob gestão da empresa Águas de Paços de Ferreira. Esta empresa já admitiu que a ETAR de Arreigada está obsoleta e que é necessário avançar para a construção de uma nova infraestrutura e cujo processo já estará em curso com uma candidatura a fundos comunitários. Porém, Nuno Serra alega que não há avarias: «Há sim lamas que eles teriam de tratar ou levar para um aterro mas é mais barato despejá-las rio abaixo». JN.
  • Ajuntamento popular para sensibilizar a administração pública para a necessidade de resolução dos episódios de poluição da ribeira da Boa Água: sexta-feira, dia 16 de setembro, 18h00, no Nicho dos Riachos, à Ponte Nova, Torres Novas. O Ribatejo.
  • No Funchal, Madeira, o segmento da ribeira de Santa Luzia, entre os 03 e os 06 Km a montante da foz, está num estado miserável e constitui uma gravíssima ameaça para as pessoas e o património, alerta Danilo Matos. Tudo porque o espaço se encontra «minado» pela instalação e laboração da Brimade que, à custa de fogo e de maquinaria, anda a extrair pedra para a britadeira colocada mais abaixo muito perto da linha de água. «A Brimade está ladeada por cerca de 600 metros de ribeira, num vasto terreno conquistado ao leito de cheia, organizado em duas plataformas que empurraram e encostaram o curso da ribeira ao maciço rochoso e em que a largura de vazão do leito artificialmente criado é demasiado estreita. Este truque obrigou a criar uma curva e contra curva apertadas para desviar o curso de um lado para outro, cortando o terreno em duas plataformas, suportadas por um enrocamento grosseiro de blocos de basalto extremamente vulnerável, em que qualquer rotura poderá arrastar uma massa sólida, suscetível de um efeito tipo bola de neve. Tudo isto à espera de uma enxurrada…»

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