Escultura de Liu Qiang.
- «Penso que é altura de fazer um favor ao “Dr. João Alvarenga” e não despejar mais dinheiro nos seus campos de golfe e de ténis. Talvez voltar ao básico: ter escolas públicas decentes, inteiras e com professores motivados. Discutir como a podemos melhorar - e há muito para melhorar. Resolver os problemas das escolas que são de todos e para todos e deixar os doutores alvarengas deste país tratarem, com o seu dinheiro, dos seus negócios. Se João Alvarenga está preocupado com a liberdade de escolha, talvez se reduzir o luxo desnecessário dê para, como se fazem em algumas escolas, garantir bolsas de estudo com ensino gratuito para alunos mais pobres. Isso sim, era de valor.» Daniel Oliveira in FB.
- A indústria farmacêutica continua a ser a principal investidora no mercado de publicidade televisiva. CM.
- «Vem isto tudo ainda a propósito do polémico segmento do telejornal de há umas semanas onde José Rodrigues dos Santos explica, à sua maneira, como evoluiu a dívida pública portuguesa. É evidente que se trata de uma explicação enviesada, que selecciona certos dados e escamoteia outros, que possui como subtexto a ideia de que a dívida é da responsabilidade exclusiva dos governos do PS. Esse subtexto recorre a dados verdadeiros mas é desonesto porque escamoteia tudo o que não valida a tese do pivot e, por isso, o segmento inscreve-se no que se chama “propaganda”, algo de que os jornalistas se devem abster, mas é curioso verificar que as críticas feitas a JRS foram classificadas pelo próprio e por outros campeões da objectividade como “censura”. Porque é que isso é curioso? Porque essa reacção prova que o segmento de JRS não foi uma falha inconsciente, que o próprio estaria disponível para corrigir, mas um gesto intencional, um enviesamento deliberado. (…) Sectarismo nos temas escolhidos, nos testemunhos que recolhem, nas opiniões que valorizam, nos comentários que solicitam. Um sectarismo que se caracteriza pela defesa geralmente subtil, às vezes nem isso, das posições mais reaccionárias e mais próximas dos poderes fácticos mais poderosos. O segmento de JRS sobre a dívida não é mais nem menos sectário do que todos os outros feitos pelo próprio e, por isso, não merece maior escândalo. O que merece indignação é que a RTP continue a não conseguir praticar um jornalismo respeitável e independente. (…) Há bom jornalismo na RTP, mas ele aparece sempre nos interstícios de um discurso que não foge da narrativa hegemónica da direita neoliberal, dos terrores dos “mercados” aos ralhetes de Bruxelas, da respeitabilidade da banca aos riscos em que uma política de esquerda nos coloca. José Rodrigues dos Santos diz, em resposta às supostas pressões, e bem, que o jornalismo deve ser independente do Governo. Eu também acho. Teria gostado que ele próprio o tivesse sido no governo anterior e gostaria que o fosse agora. Mas duvido que saiba como isso se faz.» José Vitor Malheiros in Da vergonha alheia que se sente ao ver telejornais – Público 24mai2016.
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